São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Cruzeiro liga Buenos Aires a Assunção

EDSON FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A ARGENTINA E PARAGUAI

"Um cruzeiro diferente". Sob esse slogan aparentemente pretencioso, o navio Terra Australis percorre o rio Paraná ligando Assunção, no Paraguai, a Buenos Aires, na Argentina, e vice-versa.
Diferentemente de outros cruzeiros, este acaba tornando mais interessante o tempo que se passa fora do navio do que aquele que se passa no interior dele. Os passeios opcionais transformam um passeio de barco em uma viagem cultural e sobretudo ecológica.
Em uma semana, o navio percorre 1.320 km, a uma velocidade média de 25 nós (46 km/h) e revela os encantos localizados às margens desse rio de água barrenta, porém de pesca farta.
As paisagens se repetem ao longo do percurso. São planícies de vegetação baixa e cerrada.
As paradas nas cidades ribeirinhas quebram a monotonia provocada pela visão constante de água e vegetação. Nestas cidades, há vários passeios opcionais.
Podem-se visitar reservas florestais, locais históricos e, para aqueles que não são tão ecológicos assim, é possível participar de um passeio só para pesca.
A maioria das cidades não possui um atracadouro que possa receber um barco com o porte do Terra Australis. Assim, o navio lança as âncoras no meio do rio e o transporte dos passageiros até a margem é feito em botes infláveis.
Mesmo que o passageiro não esteja interessado em participar dos passeios, é sempre interessante desembarcar e conhecer ao menos a região próxima ao porto de cidades pequenas como Ita Ibate e de metrópoles como Rosário.
O cruzeiro atravessa quatro Províncias (equivalentes aos Estados brasileiros) argentinas. São elas Corrientes, La Paz, Entrerrios e Buenos Aires. Em todas elas é possível constatar a pouca simpatia que os provincianos têm em relação aos portenhos (habitantes de Buenos Aires).
O caso mais curioso é Corrientes. A Província se autodenomina "República de Corrientes".
O único efeito prático disto é que todas as decisões tomadas na Casa Rosada (sede do governo argentino) têm que ser aprovadas pelo Parlamento de Corrientes antes de virar lei na Província.
Os habitantes locais não conseguem lembrar de nenhum caso em que uma lei federal tenha sido vetada pelo parlamento provinciano.
LEIA MAIS
Sobre o Terra Australis nas págs. 6-8 a 6-10.

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