São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 1994
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Navio tem bons serviços e noites animadas

EDSON FRANCO
DO ENVIADO ESPECIAL A ARGENTINA E PARAGUAI

O navio Terra Australis é o que se pode chamar de hotel-flutuante. O serviço de bordo não fica devendo nada àquele oferecido em hotéis cinco estrelas.
A tripulação é formada quase totalmente por chilenos. Já na recepção– localizada no 2º deque– uma esforçada profissional tenta pacientemente fazer o passageiro brasileiro entender a mensagem de boas-vindas enquanto dá indicações sobre como o turista pode encontrar sua cabine.
Em suas cabines, o passageiro dispõe de camas com colchões semi-ortopédicos, armários embutidos, criado-mudo, ar-condicionado e um banheiro com toucador e ducha. Tudo acomodado em cabines de 15 m2, em média.
No primeiro deque do navio está localizado o restaurante Patagônia. Em seu salão, o restaurante pode acomodar até sete passageiros em cada uma das suas 12 mesas. Localizada no fundo do salão, a cozinha se revela limpa e espaçosa.
As refeições oferecidas atendem a todo tipo de paladar. No café da manhã existem opções que vão desde o prosaíco café com leite e pão com manteiga, até ovos mexidos com salsicha e bacon.
Os pescados são as estrelas no almoço e no jantar a bordo, mas não faltam assados feitos com carne vermelha. Batatas assadas são as guarnições infalivelmente servidas nas refeições.
Antes de saborear os pratos principais, o passageiro pode se servir dos quatro tipos de salada disponíveis no bufê. Para a sobremesa, o cruzeiro oferece frutas da estação, conservas, tortas e sorvetes. Essas refeições sempre são acompanhadas por bons vinhos chilenos.
Antes do almoço e do jantar, uma passagem pelo bar do salão Magallanes –localizado no segundo deque– é obrigatória. Lá, uma grande variedade de drinques e aperitivos iniciam a orgia gastronômica e etílica que termina no restaurante Patagônia.
No terceiro deque está o único senão do navio. Ao lado de uma sala com três mesas para carteado se localiza uma pequena biblioteca. Nela existem livros em espanhol, inglês e alemão. Nenhum em português. Aos amantes da leitura que não dominem outros idiomas, recomenda-se embarcar municiado com seus títulos preferidos.
O salão Sky fica no quarto deque. É lá que todas as noites acontecem bailes, festas e atividades-surpresa. Em geral, os bailes são animados por tangos e músicas latinas. Caso o turista brasileiro não consiga requebrar com o tom marcial dos ritmos portenhos, o Terra Australis tem uma fita com músicas de Jorge Ben Jor.
As outras atividades realizadas no salão Sky vão desde bingos (US$ 3 a cartela), passam por aulas de ginástica e chegam até a noites de gala, em que a tripulação recomenda que o passageiro se vista com um pouco mais de rigor.
Como se vê, pais que viajam com crianças têm muito poucas opções de diversão para seus filhos no navio. A própria direção do cruzeiro admite que ele é voltado para o público adulto.
Em todo o caso, os pais têm duas alternativas. Ou deixam as crianças em casa com a babá, ou ficam montando quebra-cabeças em suas cabines se mordendo de curiosidade para saber como está o embalo no salão Sky.

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