São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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Bebê de proveta tem maior risco de defeito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS E DA REPORTAGEM LOCAL

Bebês nascidos por fertilização in vitro, ou bebês de proveta, podem correr maior risco de sofrer malformações congênitas, sugere um estudo francês.
Na fertilização in vitro, embriões humanos são criados pela união em laboratório de óvulo e espermatozóide. Depois o embrião é implantado no útero da mãe.
O estudo foi anunciado ontem durante uma conferência sobre reprodução assistida realizada em Bruxelas (Bélgica).
Os pesquisadores de um hospital de Lille (norte da França) detectaram que 5,1% das 394 crianças incluídas no estudo tinham malformações sérias.
É um nível mais alto que a média nacional de 2% e mais alto que o nível detectado em estudos anteriores, afirmou o pediatra Pierre Lequien.
Ele também disse que geralmente há maior risco de malformações entre crianças de proveta cujo pai é mais velho.
Lequien afirmou, porém, que são necessárias mais pesquisas para confirmar a maior incidência de malformações nos bebês fertilizados }in vitro.
Há trabalhos que mostram justamente o contrário, disse à Folha Roger Abdelmassih, da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
Segundo ele, para mulheres entre 35 e 40 anos, a taxa de malformações nas que fazem fertilização }in vitro se mostra menor que nas que engravidam naturalmente.
Ao fazer a fertilização, há um processo de seleção, disse. Essa triagem, feita pelos médicos, pode eliminar embriões que dariam origem a bebês malformados.
Abdelmassih citou trabalhos realizados durante os últimos quatro anos na Austrália, EUA e Reino Unido que apresentaram resultados opostos ao francês.
O resultado surpreende diante do conhecido, afirmou. }Pode ter havido uma coincidência.

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