São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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'Terminamos pagando pelos outros', diz Maia

LUIZ CAVERSAN
DIRETOR DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito César Maia, do Rio, disse achar normal ser apontado pela pesquisa do Datafolha como o mais impopular administrador das capitais brasileiras.
Maia afirmou que paga o preço por ser cobrado, entre outros itens, pelo desempenho do setor de segurança, que não é de sua responsabilidade.
O principal problema da cidade, segundo os entrevistados, é a violência. O combate à violência é uma atribuição do Estado e não da prefeitura.
Na comparação com seus colegas das demais capitais, Maia é o campeão no item "ruim/péssimo", teve a menor porcentagem de "bom/ótimo" e também ficou em último no quesito "regular".
A curva da queda de sua popularidade é constante e implacável: antes de sua posse, 23% dos pesquisados pelo Datafolha tinham uma expectativa "ruim/péssima" de seu governo, este número subiu para 42% aos seis meses de governo, passou para 50% no primeiro aniversário de sua gestão e atinge 56% aos 18 meses de governo.
No sentido inverso caminharam os números positivos para Maia: 47% tinham expectativa "boa/ótima" antes de sua posse, apenas 10% faziam esta avaliação de sua performance aos seis meses de governo, 9% no primeiro aniversário de gestão e 8% agora, aos 18 meses.
O que pode ter interferido no julgamento dos eleitores é o fato de Maia ter prometido, durante sua campanha eleitoral, interceder junto ao governo do Estado para conseguir baixar os índices da violência. Também criou uma guarda municipal, mas, como se sabe, a violência na cidade continua.
Depois da segurança pública, os principais problemas da cidade apontados pela pesquisa são, pela ordem: saúde/hospitais/postos de saúde, saneamento básico, limpeza/coleta de lixo e enchentes.
Maia afirmou que a população confunde os hospitais das redes municipal, estadual e federal. "A população não sabe que os únicos hospitais que funcionam são os da rede municipal."
"Terminamos pagando pelos outros." Ele afirmou também que toma decisões polêmicas, "não populares", como o combate às invasões de terras e ao comércio clandestino dos camelôs.

Colaborou Roni Lima

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