São Paulo, sexta-feira, 1 de julho de 1994
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Maradona assiste o jogo pela TV do hotel

NOELLY RUSSO
DA ENVIADA A DALLAS E DA REPORTAGEM LOCAL

A partida de ontem seria a 22ª de Maradona pela seleção argentina. Seria um recorde. Nunca um jogador participou de tantos jogos por uma seleção.
O jogador não só ficou fora desta partida., como está banido da delegacão de seu país e, provavelmente, não poderá voltar a disputar um partida internacional.
Maradona não dormiu de quarta para quinta-feira. Por volta das 12h de quarta, recebeu a notícia de seu teste positivo. Ainda estava em Boston depois da vitória contra a Nigéria.
Chegou a Dallas, perto das 15h, foi para seu quarto e só saiu de lá para o estádio, onde a equipe não treinou.
Por 40 minutos ficou sentado embaixo das traves do gol, enquanto o presidente da AFA anunciava oficialmente seu doping para jornalistas de todo o mundo.
Às 2h de quinta-feira, o médico Roberto Peidró, seu advogado Daniel Bolotnikoff e mais oito pessoas voltaram de Los Angeles com o segundo resultado positivo.
Maradona ainda esteve acordado por pelo menos mais duas horas, falando com seu advogado, com o presidente da AFA e com dirigentes argentinos.
Ontem, não saiu do hotel. Ficou na piscina na parte da manhã com outros jogadores e não acompanhou o time ao estádio Cotton Bowl.
Ficou em seu quarto com a mulher, a família e alguns membros da equipe onde planejava assistir à partida pela televisão.
O médico Francisco Ugaldi disse que Maradona recebeu o resultado do teste mudo. Disse que o jogador não chegou a explicar porque se automedicou em plena Copa do Mundo e porque não avisou ninguém que tinha se medicado.
Ele estava com a mulher Claudia e com as filhas Dalma e Gianninna em Dallas. Ninguém de sua família apareceu.
O jogador soube da decisão da AFA de desligá-lo do time ainda na madrugada de ontem, logo depois que o segundo resultado chegou a Dallas.
Segundo Julio Grondona, presidente da AFA e vice-presidente da Fifa, esta foi a melhor decisão a ser tomada pela AFA.
"Decidimos bani-lo para o bem de todos. Essa era a única decisão a ser tomada. Conheço as entrelinhas da Fifa e foi melhor mesmo para ele essa decisão. "Grandona não especificou o que entende por entrelinhas da Fifa.
Para Joseph Blatter, a ausência de Diego Maradona é uma grande tristeza. "O mundial perdeu um grande jogador. Talvez o melhor que já apareceu depois de Pelé. Mas regras são regras."
Maradona chegou a tomar alguns outros remédios – não especificados pela delegação Argentina.
Nenhum dos medicamentos listados por Francisco Ugaldi tinha efedrina ou qualquer das outras quatro substâncias em sua composição química.
Sabe-se que o jogador comprou o medicamento Nastizol antes de deixar Buenos Aires seu preço é em média US$ 1,00. Sua venda é livre nas farmácias e seu uso bastante difundido na Argentina.
(NR)

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