São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Lucro dos bancos aumenta

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A rentabilidade dos três maiores bancos argentinos cresceu 306% de 1991, o ano da estabilização, para 1993, passando de US$ 33 milhões para US$ 134 milhões.
Os números fazem parte de um estudo do presidente do Unibanco, Tomas Zinner, que mostra o caminho para o ajuste e crescimento do sistema bancário nos países que já passaram ou estão passando por um processo de estabilização.
Em todos eles, três ingredientes fizeram parte da receita do ajuste: cobrança pelos serviços prestados (tarifas); aumento dos ativos pela entrada de capitais externos e repatriação; e crescimento dos empréstimos para o setor privado.
As tarifas aumentaram sua participação nas receitas operacionais. Na Argentina, por exemplo, chegaram a 43% em 1993. No Brasil, estão em torno de 10%.
Na área de crédito, rápidas mudanças aconteceram tanto na Argentina quanto no México. Desde 1991, as taxas de crescimento de empréstimos após o Plano Cavallo foram significativas: 40% para empréstimos em pesos e 168% para empréstimos em dólar. No México, os analistas projetam uma expansão para este ano de 20%, partindo de uma base de 40% do PIB.
No Brasil, os empréstimos ao setor privado, que já representaram 50% do PIB nos anos 70, estão hoje na casa dos 25%.
Para se ter uma idéia do possível incremento no crédito, basta citar que, durante o Plano Cruzado, as operações com o setor privado cresceram de 23% do PIB para 34%, de janeiro a dezembro de 86.
Zinner lembra que a "estabilização obriga o setor bancário a compor parte significativa de seus resultados com empréstimos ao setor privado, implicando maior exposição ao risco".
Os argentinos e mexicanos sabem disso: os empréstimos em atraso em ambos países chegaram, em 93, a 7,5% e 4,6% do total das carteiras, respectivamente.
O estudo mostra que outros campos de atuação poderão se abrir. Zinner diz que a privatização da previdência chilena foi responsável por uma elevação da poupança nacional de 14% do PIB, em 1980, para 20%, em 1993.

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