São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994 |
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Lucro dos bancos aumenta
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Os números fazem parte de um estudo do presidente do Unibanco, Tomas Zinner, que mostra o caminho para o ajuste e crescimento do sistema bancário nos países que já passaram ou estão passando por um processo de estabilização. Em todos eles, três ingredientes fizeram parte da receita do ajuste: cobrança pelos serviços prestados (tarifas); aumento dos ativos pela entrada de capitais externos e repatriação; e crescimento dos empréstimos para o setor privado. As tarifas aumentaram sua participação nas receitas operacionais. Na Argentina, por exemplo, chegaram a 43% em 1993. No Brasil, estão em torno de 10%. Na área de crédito, rápidas mudanças aconteceram tanto na Argentina quanto no México. Desde 1991, as taxas de crescimento de empréstimos após o Plano Cavallo foram significativas: 40% para empréstimos em pesos e 168% para empréstimos em dólar. No México, os analistas projetam uma expansão para este ano de 20%, partindo de uma base de 40% do PIB. No Brasil, os empréstimos ao setor privado, que já representaram 50% do PIB nos anos 70, estão hoje na casa dos 25%. Para se ter uma idéia do possível incremento no crédito, basta citar que, durante o Plano Cruzado, as operações com o setor privado cresceram de 23% do PIB para 34%, de janeiro a dezembro de 86. Zinner lembra que a "estabilização obriga o setor bancário a compor parte significativa de seus resultados com empréstimos ao setor privado, implicando maior exposição ao risco". Os argentinos e mexicanos sabem disso: os empréstimos em atraso em ambos países chegaram, em 93, a 7,5% e 4,6% do total das carteiras, respectivamente. O estudo mostra que outros campos de atuação poderão se abrir. Zinner diz que a privatização da previdência chilena foi responsável por uma elevação da poupança nacional de 14% do PIB, em 1980, para 20%, em 1993. Texto Anterior: "Dolarização" no país ocorreu em 91 Próximo Texto: Loja arredonda para cima e para baixo Índice |
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