São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Preços de hortifrutis aumentam 100%

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a onda de frio, os preços dos hortifrutigranjeiros subiram, em média, 100% no decorrer da semana. No varejão do Ceagesp –maior feira da cidade de São Paulo– a alta dos preços procovou uma redução de 17% nas vendas.
Nos fins de semana normais, o varejão do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) tem um movimento, nos sábados, de cerca de 25 mil consumidores e vendas de 300 toneladas.
Ontem, segundo cálculos do chefe da fiscalização do varejão, Milton Santos Neto, as vendas ficaram 50 toneladas abaixo do movimento normal, em função da alta dos preços.
A abobrinha, que foi vendida a CR$ 1.000,00 no último final de semana, custava ontem CR$ 3.200 (R$1,16), o que dá uma alta de 220%. O preço da alface subiu 120%, passando de CR$ 500,00 a unidade para Cr$ 1.100,00 (R$0,40).
Nas feiras livres e nos supermercados, segundo o chefe de fiscalização do Ceagesp, os preços estiveram, em média, 35% superiores aos praticados no varejão, onde a margem do comerciante é limitada a 15% sobre os preços do atacado.
Entre as frutas, o produto que mais subiu de preço foi o morango: 140%. Na semana passada, ele custava Cr$ 2.500 a caixa e ontem era vendido por Cr$ 6.000,00 (R$ 2,18).
Nas bancas de frutas, os comerciantes calcularam que as vendas caíram 30%. Os produtos que tiveram mais saída foram os menos afetados pelo frio, como a tangerina –vendida entre R$ 0,73 e R$ 1,09 a dúzia– e o maracujá (R$0,36 o kg).
Os próprios comerciantes reconheciam que seus preços estavam muito altos. Sérgio Murilha, dono da maior banca de pescados do varejão, disse que o vento e o frio atrapalharam a pesca.
Resultado, o camarão maior, chamado pistola, custava ontem Cr$ 55.000 (R$ 20,00) o quilo. Na semana passada, segundo o feirante, o mesmo camarão custava Cr$ 35.000,00 (alta de 57%).
Nas bancas de flores, o frio também era apontado como o vilão da alta dos preços. A rosa, produto de maior procura, era vendida na semana passada entre Cr$ 5.000,00 e Cr$ 10.000,00 a dúzia, dependendo do tamanho da flor.

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