São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Ativos de risco perdem da renda fixa em junho

DA REPORTAGEM LOCAL

Com um rendimento líquido de 47,61%, a caderneta de poupança liderou o ranking de rentabilidade dos investimentos do mercado financeiro no mês de junho, seguida pelos fundos de commodities, que renderam 46,65%.
O dólar do mercado paralelo, com um ganho de 45,60%, e ouro, com alta de 42,12% no mês, ficaram com o penúltimo e o último lugares, respectivamente, do ranking.
A caderneta de poupança, que já tinha a vantagem de ser isenta do IR na fonte, foi favorecida no mês de junho com a mudança na forma de cálculo da TR, que passou a ser determinada com base no juro do CDI-over.
Desse modo, o indexador da poupança passou a acompanhar as oscilações diárias do CDI-over –por meio do qual os bancos trocam dinheiro entre si– influenciadas pelas expectativas da inflação em cruzeiro real.
Outro fator que favoreceu a poupança foi a manutenção do redutor de 1,2% ao mês na TR, destinado a expurgar o juro real, embutido na taxa do CDI-over.
No fechamento do mês, a TR acumulou uma variação de 46,88%, 0,19% acima dos 46,60% da URV.
Os fundos de commodities, mesmo sofrendo a incidência de 25% de IR na fonte sobre o rendimento que superou a variação de 44,65% registrada pela Ufir no mês, apresentaram um rendimento médio apenas 0,65% abaixo da caderneta de poupança.
Foi uma das alternativas de investimento que mais atraíram recursos dos investidores, principalmente por causa da liquidez diária a partir do 30º dia da aplicação.
As aplicações em fundos de renda fixa e fundos DI, que ficaram com a terceira e a quarta melhores rentabilidades, respectivamente, somente podem ser resgatadas a cada 28 dias.
As Bolsas de Valores, embora tenham reagido com altas às vesperas da entrada do real, tiveram suas cotações contidas por três motivos: 1) a indefinição do processo eleitoral; 2) a perspectiva de um controle rígido da entrada do capital estrangeiro no país; 3) expectativa de juros reais elevados a partir de julho.
Ouro e dólar paralelo não foram boas opções. O "black" subiu no início do mês demandado por pequenos investidores.
O movimento mostrou, ao mesmo tempo, insegurança e desconhecimento sobre os mecanismos do Plano Real.
Um dos pilares do plano é o fato de que, por tempo indeterminado, um dólar valerá um real. Ou seja, não terá rendimento algum.
No final do mês, porém, as cotações foram recuando. Tanto que o "black" voltou a ser vendido 0,53% mais barato do que o dólar comercial (exportações e importações).

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