São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Aluguel de escritório cai 30% em dólar

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os aluguéis iniciais de imóveis comerciais em São Paulo sofreram uma redução de até 30% em dólar em um ano. Os dados são de estudo do Datafolha, que analisou os valores por região entre maio de 93 e maio deste ano.
A queda dos preços reflete o excesso de ofertas do setor. Imobiliárias estimam que a área útil disponível no mercado atinge mais de 500 mil m2 –o equivalente a 10 mil salas de 50 m2 –, entre escritórios, lojas e galpões.
"Muitas áreas foram desocupadas por empresas que fecharam ou reduziram seus escritórios", afirma Hubert Gebara, 58, membro do Conselho Superior da Fenadi (Federação Nacional do Mercado Imobiliário) e diretor da Hubert Imóveis.
Só a Hubert, segundo ele, possui 40 mil m2 ociosos, incluindo quatro prédios inteiros, no Centro Velho, Centro Novo e na Paulista.
Segundo levantamento da Imobiliária Mackenzie Hill, a região da Paulista vem apresentando uma área ociosa de 7.000 m2 por ano.
Até 1990, a demanda na região absorvia até 15 mil m2 por ano.
A pesquisa mostra que apenas na região da marginal Pinheiros a ocupação é maior do que esvaziamento, atingindo 30 mil m2 por ano.
"Mas este número ainda é só a metade do que se registrava até quatro anos atrás", diz Paulo Câmara, 43, diretor de operações da Mackenzie Hill.
Na Imobiliária Savoy, que trabalha exclusivamente com imóveis comerciais, o estoque é de 100 mil m2, concentrados principalmente no Centro Velho.
"Estamos fechando no máximo dez negócios por mês, a metade do que faríamos se o mercado estivesse equilibrado", afirma Luiz Souza Júnior, 44, gerente da Savoy.
Para facilitar a ocupação de prédios que antes só eram alugados inteiros, a Savoy os está fracionando em conjuntos comerciais.
Souza afirma que a maior procura é por conjuntos de 100 2 a 300 m2. Para áreas superiores a 1.200 m2, ele diz que não há público.
Segundo Gebara, houve um aumento da ocupação em junho, mas muito pequeno diante da oferta.
Se a economia se estabilizar, Gebara acredita que será necessário pelo menos mais um ano e meio para que o mercado volte ao equilíbrio entre oferta e demanda.

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