São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994 |
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Candidato diz que vai reprimir gays na Bahia Programa prevê repressão ao candomblé SUZANA PEREIRA
Entre as metas anunciadas, está a criação de centros de recuperação de gays e lésbicas, como o instalado recentemente no bairro da Bolandeira, em imóvel doado por ele. Uma cerimônia como a realizada há dez dias no Sindicato dos Bancários, para o casamento de homossexuais, num eventual governo do PRN jamais se repetirá. "Usarei o poder de polícia para reprimir", avisa Martins, que é vereador e na Câmara se notabilizou pela cruzada anti-gays. A postura já lhe valeu alguns confrontos com o presidente do Grupo Gay da Bahia-GGB, o antropólogo Luiz Mott, a quem prefere chamar de "antropófago" (o que ou quem come carne humana, canibal). Mott, um dos noivos do casamento homossexual, está no exterior em viagem de estudos. O secretário do GGB, Elcio Teixeira, respondeu que "antropófago é quem, a exemplo das igrejas cristãs, incentiva o preconceito contra mulheres, negros e homossexuais". Outra iniciativa do hipotético governo seria a criação de abatedouros públicos e a intensificação da fiscalização sanitária. Martins diz que estudos científicos comprovam que o teor excessivo de hormônios na carne bovina leva à efeminação do homem. O cientista Elsimar Coutinho, consultor da OMS (Organização Mundial de Saúde), esclarece que a tese não tem respaldo científico. Segundo Coutinho, a presença de hormônio na carne comprovadamente diminui a fertilidade e o desejo sexual masculino, mas não provoca desejos homossexuais. Se eleito, Martins pretende ainda proibir o funcionamento dos terreiros de candomblé durante a noite. Texto Anterior: Coronel da PM acompanha FHC Próximo Texto: Cassados querem "eleger" deputados Índice |
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