São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Sem reação

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Se não voltarem atrás, nós vamos agir... de alguma maneira."
Rubens Ricupero, no Jornal da Cultura e no Fantástico, foi sincero. Ele não acredita muito no que o governo possa fazer, para baixar os preços. E segue esperando para ver no que dá a pressão política - sua, do presidente e, quem sabe, também do "povo".
Na Cultura, ele chegou a reclamar do tal "povo", que estaria muito apático sem reação, não é de hoje. Está certo no diagnóstico, sobretudo quando se lembra do Cruzado. Mas o ministro parece não ter uma idéia muito clara do motivo para tamanha apatia.
A resposta estava no Domingão do Faustão. O apresentador e a atriz Fernanda Montenegro, ao falarem do real, não pensaram duas vezes para afirmar que o governo não deve esperar ajuda alguma. Chegam a dizer que tudo não passa de desculpa, em caso de fracasso.
Depois de tanto plano, ninguém está disposto a fazer seja lá o que for para seja lá qual for o governo. Talvez o ministro até já tenha consciência disso. Ontem, a sua ação do dia, no combate aos abusos, limitou-se à convocação de aposentados do Banco do Brasil.
Memória
Orestes Quércia, afinal, entregou. Desde o berço, um político de influência, a sua vida foi Adhemar de Barros, o pai. Pelo menos foi o que ele disse ontem, no Programa de Domingo, da Manchete:
"Eu sou filho de um velho ademarista. Meu pai sempre foi ademarista. Minha cidadezinha, Pedregulho, até hoje o Adhemar de Barros tem força lá. Até hoje se cultua a memória do Adhemar de Barros".
Está tudo explicado.
Torcida de Estado
Não são somente Embratel e Telebrás, as duas estatais de telecomunicações, que buscam garantir sobrevida com a Copa.
Além delas, que são sempre mais ostensivas, outras quatro estatais apareceram para tirar algum proveito do fervor nacionalista.
A última, a Caixa até exagerava na xenofobia, ontem. Garantia: "Vamos comemorar a independência americana dando um baile".

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