São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Doença atinge principalmente as crianças

ESPECIAL PARA A FOLHA

Apesar dos recentes avanços alcançados no campo das meningites bacterianas, a doença continua a preocupar muitos médicos.
Paulo Sucasas da Costa, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP, afirma que as novas pesquisas revelam que as bactérias não são responsáveis diretas pelos danos às meninges.
A resposta imunológica que elas desencadeiam é que causa as lesões no sistema nervoso. O organismo acaba se "auto-agredindo".
"Em alguns centros já se usa um medicamento que 'freia' um pouco a resposta imunológica antes do uso dos antibióticos", diz.
Crianças pequenas são as maiores vítimas. Cerca de dois terços das meningites bacterianas acontecem nos menores de 15 anos.
Metade desses casos incidem em menores de cinco anos.
Além dos sintomas comuns em adultos, crianças até 15 meses podem ficar com a fontanela elevada (a "moleira" na cabeça fica tensa e alta).
Perda de apetite e convulsões também podem aparecer com maior frequência nos bebês.
No inverno, crianças que frequentam creches e escolas pré-primárias estão mais expostas ao risco de contaminação.
Se aparecer algum caso de meningite nesses locais, todas as crianças que tiveram contato direto devem receber profilaxia.
Os agentes bacterianos mais comuns nas meningites infantis são meningococos e hemófilos.
Segundo Sucasas, nos últimos anos foi desenvolvida uma vacina altamente eficaz contra a bactéria do tipo hemófilo.
Nos Estados Unidos, o agente era responsável por 30% dos casos de meningite em crianças. Após a vacinação, o número caiu para 2%.
Os americanos pretendem erradicar totalmente a meningite por hemófilo em 96.
No Brasil, ela já é encontrada em alguns centros. Cada dose custa cerca de US$ 30. São dadas doses no segundo, quarto e sexto mês de vida e um reforço no 15º mês.

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