São Paulo, segunda-feira, 4 de julho de 1994
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Vestibular "prende" moçada

DA REPORTAGEM LOCAL

Vestibular 'prende' moçada
As férias de julho servem também para estudar. Isso é o que pensam os vestibulandos mais CDFs.
Em vez de viajar, eles vão passar o mês envolvidos com livros e apostilas. E até prestando vestibular.
"Vou fazer o vestibular no meio do ano, por isso, não estou pensando muito em férias", diz Carla de Vinicenzo, 19.
Ela vai prestar vestibular para direito no Mackenzie nos dias 5 e 6 de julho. Como o resultado só sai no dia 15, ela vai passar metade das férias esperando.
"Mas não tem problema, se eu passar vai valer a pena", diz. Carla já tem tudo planejado. Se for aprovada, arruma as malas correndo e se manda para a praia, em São Sebastião, ou, melhor ainda, viaja para a Europa.
Se o resultado for negativo, enfia a cara nos livros e não viaja de jeito nenhum. "Aí não vai ter jogo, vou ter que me concentrar", diz.
A programação de férias de Jair de Andrade, 20, é parecida com a de Carla. Ele está fazendo vestibular hoje na Faap para administração de empresas.
O resultado sai no dia 13. Ele confessa que não gosta muito de estudar, mas diz que se não passar não vai viajar.
"Minha mãe não vai deixar e eu sei que tenho que estudar porque já estou muito velho", diz.
Adriana Ferreira, 17, apesar de não prestar vestibular no meio do ano, também só tem olhos para os estudos.
"O meu plano para as férias é estudar e estudar. Tenho muita matéria para colocar em dia."
No fim do ano Adriana vai prestar vestibular para medicina e não está chateada por passar as férias estudando. "Não posso perder o pique", diz.
Para o coordenador do curso Tales, Dany Israel, Adriana está certa em passar as férias estudando. "O vestibulando tem que saber que tem um objetivo para conquistar, não pode bobear de jeito nenhum", diz.
O professor diz que um vestibulando não pode nem pensar em viajar nas férias. "Isso não existe, a pessoa perde completamente o ritmo de estudo."
Ele acha que quem vai viajar não deve nem levar os livros. "É óbvio que essa pessoa não vai estudar. Os livros só vão servir para deixar a pessoa com a consciência pesada", diz.

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