São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Pai da bomba foi a Moscou

DO "THE INDEPENDENT"

Robert Oppenheimer (1904- 1967), diretor científico do Projeto Manhattan, que criou a bomba atômica nos EUA, pode ter ido a Moscou secretamente em 1939.
A afirmação foi feita por Sergo Beria, filho de Lavrenti Beria, braço direito de Josef Stálin e encarregado de fazer a bomba soviética depois que os EUA lançaram a sua sobre Hiroshima, em 1945.
"Na época eu não sabia que era Oppenheimer. (...) ele dormiu no meu quarto", afirmou Sergo, 69, cujo pai também foi chefe do serviço secreto soviético (KGB).
"Ele tinha outro nome. Queria trabalhar no projeto aqui na URSS", disse.
Segundo Sergo, Oppenheimer nunca se tornou espião, mas veio a Moscou }por temor de que Hitler fosse o primeiro a usar a física nuclear com fins militares.
Suas declarações chegam em meio a um debate sobre quem deve receber o crédito pelo criação da primeira bomba soviética, explodida no Cazaquistão em 1949.
Sergo decidiu falar depois da publicação de um livro de memórias do espião aposentado Pavel Sudoplatov, que afirma que três outros físicos conhecidos, inclusive o dinamarquês Niels Bohr, ajudaram a URSS a obter a bomba.
Segundo o especialista no programa nuclear soviético David Holloway, da Universidade de Stanford (EUA), "é muito improvável que Oppenheimer tenha ficado na casa de Beria".
"Parece a continuação de uma disputa entre a KGB e os físicos", diz. Segundo ele, sempre houve ressentimento no serviço secreto soviético, que não recebeu crédito no desenvolvimento da bomba.

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