São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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Novo surto substitui antiga 'gripe da URV'
ALESSANDRA BLANCO
A gripe "URV" foi convertida para o "surto Real" e anda pegando muita gente. Para o funcionário público Reginaldo Coutinho, 30, "o pacote ficou caro". Ele pagou R$ 8,12 por uma caixa de Bactrin F, Descon e um envelope de Aspirina C. Há três dias Reginaldo tem garganta inflamada, dor de cabeça, febre e dores lombares que o obrigaram a faltar ao trabalho ontem. Além dos remédios, auto-medicados, ele toma mel, limão e própolis. Na farmácia Drogasil da rua Barão de Itapetininga, a funcionária do caixa informa que 90% do que passa por ali é para gripe. Ivone Santos Pestana, 58, bancária aposentada, tenta se prevenir "remediando". Ela toma doses diárias de complexo de vitaminas e Redoxon (vitamina C). A estudante de odontologia Aurélia Maria Silva, 23, prefere não tomar nada e "ir deixando passar". Com rinite e mal-estar, ela toma bastante líquido, como chá de alho ou limão com mel, e procura repousar. Nem as crianças conseguem escapar do "surto Real". Wellington Ferreira da Silva, 3, e seu irmão Jean Carlos, de apenas um ano e oito meses, ficaram 15 dias passando mal. Eles perderam o apetite, tiveram vômitos, diarréia, febre, dor de garganta e foram obrigados a engulir sulfato ferroso (complexo vitamínico), xaropes e AAS infantil. O "Real" pegou de surpresa a assistente administrativa Elaine Forlane, 23,: "Foi de repente. Ontem estorou uma veia do meu nariz, começou a sangrar e hoje estou com a garganta inflamada." O farmacêutico Agenor Weber Krukocki, 59, diz que essa foi a pior gripe que assistiu em 25 anos de trabalho na Drogavip (centro): "Essa é realmente violenta. Saem 50 ampolas de antigripais por dia". Segundo Krukocki, é a mesma virose que vai e volta. Texto Anterior: Copa e real provocam nova onda de gripe em SP Próximo Texto: Rios começam a baixar no AM, diz Defesa Civil Índice |
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