São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Pedido arquivamento do caso da escola Base

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público pediu ontem o arquivamento do inquérito sobre a escola infantil Base.
O caso começou em março quando as mães Lúcia Chang e Cléa Parente acusaram os donos da escola de abusar sexualmente de seus filhos.
O pedido de arquivamento foi feito pelo promotor Sérgio Camargo. Segundo seu parecer, "não há o menor indício" de que tenham ocorrido abusos sexuais.
"É de se lamentar a desnecessária provocação do aparelhamento policial pela fantasia de pessoas imaturas, ignorantes (...), que não conseguem visualizar as gravíssimas consequências de seus atos impensados", afirmou o promotor na conclusão de seu parecer.
Durante cerca de dez dias, Camargo analisou o inquérito enviado pelo delegado Gerson Carvalho, da 1ª Seccional.
Na conclusão do inquérito –que durou três meses–, Carvalho afirmou não existir "nenhum indício" de abuso sexual.
O pedido de arquivamento não encerra o caso. Até o final da semana, o juiz Francisco Galvão Bruno, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), decide se acata ou não o pedido do promotor.
Se acatar, o caso só poderá ser reaberto se forem descobertas novas provas.
No total, o inquérito somou cerca de 2.000 folhas. Foram ouvidos pais, alunos, funcionários e vizinhos da escola Base.
O delegado Gerson Carvalho também pediu exames de corpo delito em três alunos ao IML (Instituto Médico Legal) e a avaliação de uma psicóloga especializada em casos de abuso sexual contra crianças.
A improbabilidade de ter ocorrido qualquer tipo de abuso sexual foi apontada em laudo de avaliação da psicóloga Marylin Tatton, da 1ª Delegacia da Mulher.
Na semana passada, Arthur Troppmair, advogado das mães Cléa Parente e Lúcia Chang, enviou ao Ministério Público laudo de outra psicóloga que indicava que "houve abuso sexual".
Na acusação inicial, os sócios-proprietários da escola Icushiro Shimada e sua mulher, Aparecida, eram apontados como prováveis responsáveis pelo abuso.
Quando o laudo psicológico foi apresentado por Troppmair, no entanto, ninguém foi responsabilizado. "As crianças sofreram abuso. Só não sabemos quem são os responsáveis", afirmou o advogado.

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