São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Pão francês volta ao preço antigo em SP

Padarias desistem do arredondamento e passam a cobrar entre R$ 0,08 e R$ 0,09; Sunab registra irregularidade em Manaus
Da Reportagem Local, da Sucursal de Brasília e da Agência Folha
As padarias de São Paulo voltaram a cobrar entre R$ 0,08 e R$ 0,09 pelo pãozinho francês ontem.
Segundo Frederico Maia, presidente da Associação da Indústria de Panificação de São Paulo, "a Sunab não registrou hoje (ontem) nenhuma irregularidade".
Maia disse que todos estão cumprindo o acordo feito entre o setor e o assessor especial de preços da Fazenda, José Milton Dallari.
Quem havia arredondado o preço do pão para R$ 0,10 em 1º de julho voltou ao preço antigo ontem, segundo Maia.
Já em Osasco (SP), a Panificadora Santo Antonio resolveu fazer promoção e baixou o preço do pãozinho para R$ 0,07.
Maia disse que a falta de moedas para o troco está gerando um "tumulto nas padarias".
Hoje, em Brasília, os panificadores de todo o país vão tentar demonstrar que não houve aumento nos preços do pão na virada da moeda. Os empresários do setor se encontram com o superintendente da Sunab, Celsius Lodder, e vão tentar barrar o tabelamento que o governo ameaçou.
O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação, Edson Sales, disse que mostrará notas fiscais emitidas antes e depois do real, para provar que a conversão para real foi feita de acordo com as regras do governo.
Sales diz que a ameaça do governo em tabelar o preço do pão "fere a filosofia do Plano Real".
O presidente da comissão especial do Congresso encarregada de analisar a medida provisória do real, Ney Lopes (PFL-RN), disse que não acredita em tabelamento do preço do pão."Não combina com o plano", afirmou Lopes.
Os panificadores de São Paulo pretendem fazer outra reivindicação ao governo. Eles querem uma redução nas taxas de administração cobradas pelas empresas que operam com os tíquetes-refeição.
Em Manaus (AM), a Sunab notificou ontem o Sindicato da Indústria de Panificação e requisitou as planilhas de custos das panificadoras. Elas são acusadas de terem aumentado abusivamente o preço de seus produtos.
O presidente do sindicato, Délio Santiago, negou que as padarias tenham feito aumento abusivo. Segundo ele, houve um realinhamento de preços nas padarias que estavam vendendo abaixo da tabela.

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