São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Tudo muda, nada muda

THALES DE MENEZES

O torneio de Wimbledon, encerrado domingo, sacudiu o ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).
Eis um pequeno balanço do sobe-e-desce dos principais personagens do circuito.
Pete Sampras: líder absoluto. Tem quase 80% de pontos a mais do que o segundo colocado. Se o melhor tenista do mundo resolver parar de jogar hoje, tem tantos pontos que deve levar mais de oito meses para perder a liderança.
Goran Ivanisevic: nº 2. Sua boa fase é o atestado da falência atual do esporte. O croata é simpático, mas só tem seu poderoso saque para sustentá-lo. É um voleador medíocre e não sabe jogar no fundo. Sem o canhão no serviço, cairia umas 50 posições no ranking.
Michael Stich: nº 3. Em franca e inexplicável decadência. O alemão não acertou a mão este ano. Deve perder mais posições.
Sergi Bruguera: nº 4. O bicampeonato em Roland Garros sustenta o espanhol. Com a falta de torneios em piso de saibro nos próximos meses, deve cair.
Todd Martin: nº 5. A grande surpresa do ano. Vice no Australian Open e semifinalista em Wimbledon. Se computados apenas os resultados deste ano, só perde para o compatriota Sampras.
Stefan Edberg: nº 6. O sueco ex-número 1 do mundo perdeu o pique. Fim de carreira à vista.
Andrei Medvedev: nº 8. O ucraniano decepcionou em Roland Garros e Wimbledon. Já foi 4º do ranking. Parece estar mudando de estilo, voleando mais. Até agora só conseguiu perder o bom humor que o caracterizava.
Boris Becker: nº 9. Os fãs do alemão estão cansados de esperar seu grande retorno. Ele alterna grandes exibições com derrotas para tenistas mais fracos. O problema é um só: cabeça.
Jim Courier: 11º. A queda do ex-número 1 é circunstancial, não técnica. Ele perdeu muitos pontos que tinha obtido no ano passado nos torneios de Grand Slam.
Na Austrália, Courier perdeu de Sampras num jogão. Na França, foi prejudicado pelo vento forte contra Bruguera. Em Wimbledon, torceu o pé diante de Guy Forget. Mas continua o mesmo Courier e deve subir de novo.
Andre Agassi: nº 20. Entre contar seus dólares e gastá-los com Brookie Shields, o cabeludo esquece do tênis. Quando resolve jogar, pode vencer qualquer um, mas seus dias de jogar a sério são cada vez raros.
Moral da história: Sampras segue sem rivais. Até quando?

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