São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Crime começou há 20 anos, afirma pai

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O pai de André, o jornalista Luiz Manfredini, 43, não via o filho havia 19 anos, quando o rapaz tinha apenas um ano de idade.
Ele disse que sua ex-mulher proibiria todo o contato do menino com o mundo. "Este assassinato começou há 20 anos", disse à Agência Folha.
Agência Folha – Como o senhor viu esta tragédia?
Luiz Manfredini – O assassinato começou há 20 anos, quando Vera criou um projeto para transformar André num super-homem.
Agência Folha – O que era este projeto?
Manfredini - Ela queria que o André fosse mais que inteligente. Isolou-o do mundo para que o mundo não o maculasse. André nunca foi à escola. Foi alfabetizado por ela. Nunca teve vida social.
Agência Folha – O senhor conviveu com André?
Manfredini - Convivi entre 1974 e 1975. Nós nos separamos no final de 1974. Voltei a procurá-lo em 1976 e 1977, mas a Vera impediu o acesso. Conversei com ela, mas a proibição permanecia.
Agência Folha – Por quê?
Manfredini - Eu fazia parte do mundo e ela não queria a mistura. Tenho várias cartas com ameaças dela de que mataria o André se eu me aproximasse do menino ou se fosse lutar por ele na Justiça.
Agência Folha – Por que o senhor acha que sua ex-mulher matou o rapaz?
Manfredini - Ela matou porque furou o isolamento. Da mesma forma que ela o criou, ela o eliminou.
Agência Folha – O André nunca o procurou?
Manfredini - Nunca. Achei que ele rompesse a barreira aos 15, 16 anos. Mas ela o dominou completamente. A Vera criou o André a sua imagem e semelhança.

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