São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994 |
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Casa de Warchavchik é aberta ao público
VICTOR AGOSTINHO
Durante os três dias ficarão expostos no local desenhos, anotações e estudos que estavam com familiares do arquiteto. A exposição vai ter ao todo 20 trabalhos, apresentados pelo arquiteto Agnaldo Farias, num evento batizado pelos organizadores como "Erre no nome, mas acerte no arquiteto". Em 1931, esta casa da rua Bahia foi incluída em um "Inventário Internacional da Arquitetura Moderna", elaborado pelo arquiteto italiano Alberto de Sartoris. A casa está tombada pelo patrimônio histórico estadual. Depois da exposição, o local vai passar a sediar o escritório de arquitetura Bagliesi, Carvalho e Hirata. "A exposição é uma homenagem ao Warchavchik. Nós achamos que é um dever com a cidade deixar um imóvel tombado aberto por um tempo", disse Rogério Batagliese, um dos organizadores. A casa da rua Bahia pertence atualmente à família Misazi e está alugada ao escritório de arquitetura. Batagliese conta que seu escritório gastou US$ 130 mil numa reforma para reabilitar o imóvel. Em 1930, a casa foi construída para ser a moradia de Luiz da Silva Prado. Ela representa um rompimento com a arquitetura de fachadas rebuscadas e muita ornamentação. Suas formas são cubistas, geométricas e valorizam os ângulos retos. Os objetivos dessa arquitetura eram a comodidade e o barateamento da construção. Warchavchik acreditava que uma casa não poderia demorar seis meses ou um ano para ser construída. Ele levava a sério o conceito "máquina de morar", cunhado pelo arquiteto Le Corbusier em 1938 para definir a moradia. Na sua opinião, uma casa poderia ser comparada a um carro. O desenho de Warchavchik mostra sintonia com a arquitetura funcional desenvolvida, no mesmo período, na Europa por Le Corbisier e nos Estados Unidos por Frank Lloyd Right e Schindler. Nos jardins da casa da rua Bahia, o arquiteto desenvolveu um paisagismo baseado em plantas nativas brasileiras. Essa peculiaridade também é vista em outros projetos de Warchavchik, como a casa da rua Itápolis, também no Pacaembu, e a Casa Modernista, na rua Santa Cruz (Vila Mariana, zona sul). Warchavchik era um entusiasta da tecnologia dos materiais de construção e introduziu em seus projetos, por exemplo, a madeira compensada, feita em oficina própria que também fabricava janelas e portas de ferro, além de móveis, luminárias e outros objetos. Texto Anterior: ENTRELINHAS Próximo Texto: Quem foi Warchavchik Índice |
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