São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Oposição faz maior protesto contra Menem

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Crédito Foto: Reuter
Arte: PONTO DE ENCONTRO
Observações: COM SUB-RETRANCA
Oposição faz maior protesto contra Menem
Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se ontem na praça de Mayo, no centro de Buenos Aires, para protestar contra a política econômica do presidente Carlos Saúl Menem. Não houve violência.
Os organizadores da Marcha Federal, que partiu de diversos pontos da Argentina, calcularam o número de manifestantes em mais de 100 mil; para a polícia, o protesto reuniu 50 mil pessoas.
As centrais sindicais que organizaram a marcha decidiram convocar uma greve geral para o dia 2 de agosto e falaram em formar uma frente para tentar impedir a reeleição de Menem em 1995.
Adotado há três anos, o programa de estabilização da economia apelidado de Plano Cavallo –por causa do nome do ministro da Economia, Domingo Cavallo– baseia-se na paridade entre o peso e o dólar norte-americano, desregulamentação e privatização.
Para os manifestantes, o plano trouxe recessão e desemprego.
Foi o maior protesto contra Menem desde 1990, quando o presidente anistiou os oficiais condenados por atrocidades cometidas durante o regime militar de 1976-83.
Segundo a TV argentina, 42 mil policiais foram mobilizados. "Cidade tomada" era a manchete do jornal "Página/12".
Participaram também organizações estudantis e de agricultores e o Movimento pela Dignidade Nacional (Modin), liderado pelo ex-oficial golpista Aldo Rico.
Menem qualificou o protesto de "ridículo" e disse que seus organizadores não têm propostas alternativas para o país.
"Quantas marchas teriam que fazer no Brasil, onde o salário mínimo é a metade do que ganha um aposentado na Argentina?", perguntou o presidente. O salário mínimo argentino é de US$ 200 mensais; o brasileiro, de R$ 64,79.
Ontem foi divulgado o déficit comercial argentino no primeiro quadrimestre deste ano: US$ 2,387 bilhões, ou 476% a mais do que no mesmo período de 1993.
A inflação de junho, também divulgada ontem, atingiu 0,4%, o que leva a taxa acumulada dos últimos 12 meses a 3% –a mais baixa dos últimos 40 anos.

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