São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994
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Treinador espanhol reclama de Cruyff

SÍLVIO LANCELLOTTI
DO ENVIADO A BOSTON

Uma polêmica desnecessária, e por isso perigosa, nublou a concentração da Espanha na véspera do seu cotejo com a Itália no Foxboro de Massachusetts.
Pela primeira vez, desde o certame do Brasil/50, a Espanha tem a chance de se inscrever entre os quatro semifinalistas do Mundial.
Algum espírito malévolo, porém, colocou em confronto Javier Clemente e sete dos oito atletas do Barcelona por ele convocados.
Na sua concentração de Concord, o albergue Host Boxborough, a 100 quilômetros de Boston, Clemente aceitou conversar com um punhado de jornalistas estrangeiros.
E por isso, talvez ingenuamente, assestou a sua mira na direção do holandês Johan Cruyff, o treinador do clube da Catalunha. Sem medir os verbos, Clemente esculhambou o seu colega e rival: "Cruyff fez tudo para me atrapalhar na montagem da seleção".
Sem dizer que o seu clube dispensou, humilhantemente, o seu arqueiro Zubizarreta -depois da derrota para o Milan, 0 a 4, na decisão da Copa da Europa.
Quando os jogadores souberam da investida de Clemente, o ala Goicoechea se aprestou a defender o seu patrono: "Chegamos até aqui, claro, também graças a Cruyff". Só Salinas discordou dessa posição.
Clemente achou melhor interromper a controvérsia. "Prefiro anunciar que manterei o time da partida com a Suíça" -Goicoechea e mais quatro colegas de Barça na escalação titular.
"Representamos um país, e não um time", falou Clemente, cortando secamente a discussão. "A mim interessa o resultado do jogo, e não fazer teatro".(SL)

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