São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 1994 |
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Escolaridade distorce teste
AURELIANO BIANCARELLI
Para evitar esta distorção, a Escola Paulista de Medicina (EPM) aplicou primeiro um "mini-exame do estado mental" em 530 pessoas entre 15 e 65 anos. O mini-exame tem 30 perguntas ou itens. Nos EUA, quem acertar menos de 24 é classificado como tendo um declínio cognitivo –queda na capacidade de aprender e absorver. Entre os brasileiros analfabetos, a média de acertos foi de 13. Os que tinham o ginásio acertaram 18. Nos EUA, considera-se que a média das pessoas frequente a escola por 12 anos. "Constatamos que a escolaridade tem grande influência na capacidade cognitiva", diz Sonia Brucki. Adaptadas as médias de corte, passou-se a constatar que o número de dementes no Brasil não é muito maior que nos EUA. O que intriga os pesquisadores agora é como as pessoas de baixa escolaridade conseguem sobreviver em grandes centros onde toda a comunicação é feita através de símbolos. O médico Paulo Bertolucci observa que, de uma maneira ou de outra, os pacientes conseguem chegar ao setor de neurologia que fica num labirinto de corredores e rampas dentro do EPM. As pessoas com maior escolaridade perguntam apenas uma vez. As outras refazem a pergunta a cada etapa, e chegam lá da mesma forma. (AB) Texto Anterior: País tem 1,5 milhão de dementes Próximo Texto: Irene não sabia mais onde estava Índice |
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