São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 1994
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Suécia vence Romênia e agora pega o Brasil

UBIRATAN BRASIL
ENVIADO ESPECIAL A SAN FRANCISCO

A Suécia é o adversário da seleção brasileira nas semifinais da Copa do Mundo.
O correto time do técnico Tommy Svensson derrotou a Suécia por 4 a 3 nos pênaltis, depois de empatar (1 a 1) no tempo normal e também na prorrogação (outro 1 a 1), ontem à tarde, em San Francisco, garantindo a vaga.
"Foi uma vitória da persistência", disse Svensson. "Conseguimos sempre manter a coesão tática e nunca entregar o jogo. É dessa forma que vamos enfrentar novamente o Brasil."
A euforia sueca, porém, não contagiou Júnior, espião do técnico brasileiro, Carlos Alberto Parreira, que assistiu ao jogo no Stanford Stadium.
"Foi um jogo equilibrado, mas a Suécia tem poucos nomes perigosos. Se a marcação brasileira for eficiente no Brolin, a Suécia não consegue organizar seu ataque. Ele é o principal articulador."
No primeiro tempo, o confronto entre a aplicação tática dos suecos e a habilidade dos romenos foi dominante. "Os suecos vieram com sua determinação. Nós respondemos com habilidade", disse o técnico romeno, Anghel Iordanescu.
Sem o meia Thern, que não se recuperou de uma contusão no joelho, a Suécia sentiu a ausência.
Com a tarefa de lançar unicamente com Brolin, o time sueco teve dificuldades na armação do ataque. Os atacantes Dahlin e Kennet Andersson revezavam-se no recuo ao meio-campo, para construir a jogada.
O motivo é que a Romênia iniciou a partida com uma única fórmula tática: com o meio-campo recuado, todas as jogadas eram construídas pelo meia Gheorghe Hagi.
O principal jogador romeno tinha liberdade total em campo, desobrigado de marcar e podendo escolher a região de campo para se colocar.
Hagi preferiu alternar o meio-campo com a lateral direita, revezando com Popescu. Como todas suas jogadas eram plenamente reconhecidas (lançamentos para Raducioiu ou Dumitrescu), a novidade surgia de seu talento.
Como no lance aos 29min, em que driblou dois zagueiros e, de fora da área, chutou para fora.
A dependência, porém, se tornava perigosa para a Romênia. Com a Suécia marcando por zona, Hagi se cansava mais que seus marcadores.
O calor de 35 graus também obrigava as duas equipes a controlar bem suas forças. Os suecos sentiam mais a temperatura –antes mesmo de começar o jogo, o meia Mild (que substituía Thern) veio ao banco de reservas pedir água.
"E ainda sentimos menos que nos primeiros jogos da Copa, quando nossas forças diminuíram ainda no primeiro tempo", disse o meia sueco Brolin.
No segundo tempo, o confronto de estilos continuou plenamente equilibrado. Se Hagi continuava como único articulador das jogadas romenas, a opção tática do treinador sueco em adiantar Brolin mostrava-se certa.
Desobrigados a marcar, Dahlin e Andersson conseguiam alternar melhor as inversões das pontas, provocando os zagueiros romenos a fazer falta.
Em uma delas, aos 33min, a Suécia mostrou uma qualidade da tática coletiva –na cobrança ensaiada, Mild toca para Brolin, que estava na barreira. O meia avança na área e chuta no canto superior direito.
Em desvantagem, a Romênia foi obrigada a esquecer a cautela e a ser mais petulante. Foi assim que conseguiu o empate: aos 43min, o atacante Raducioiu aproveitou uma bola rebatida para chutar no canto esquerdo. O empate levou o jogo à prorrogação.
A situação favoreceu a Romênia. Como o calor e o esforço cansaram o estruturado time sueco, os romenos aproveitaram para impor sua habilidade individual.
Aos 10min do primeiro tempo da prorrogação, Hagi descobre Dumitrescu na entrada da área. O atacante divide a jogada, a bola sobra novamente para Raducioiu, que chuta no canto esquerdo.
Desesperado, o técnico sueco Svensson trocou o cansado atacante Martin Dahlin por Henrik Larsson, mais disposto
Era o fôlego que faltava à Suécia: rápido, Larsson conseguiu confundir a marcação romena, facilitando a colocação de Kennet Andersson.
Com isso, a Suécia empatou novamente o jogo. Aos 9min do segundo tempo da prorrogação, o zagueiro Nilsson cruzou a bola na área. Assustado com a presença do atacante sueco, o goleiro Prunea posicionou-se errado: Kennet cabeceou e igualou o marcador.
Nos pênaltis, a sorte do sueco Ravelli foi determinante: o goleiro defendeu as cobranças de Petrescu e Belodedici. As duas defesas compensaram o erro de Mild que, na primeira cobrança, chutou para fora.

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