São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AS ÁREAS EM CONFLITO

AMÉRICA LATINA
COLÔMBIA
Em 1989 o governo aumentou o combate aos cartéis de drogas. Em agosto, o presidente Luís Carlos Gálan foi assassinado. Em 1990, dois candidatos à presidência foram mortos. O conflito começou nos anos 60 e fez mais de 100 mil vítimas. Em dezembro de 93, o líder do cartel de Medellín, Pablo Escobar, foi morto.

PERU
A guerrilha terrorista do Sendero Luminoso, um grupo maoísta continua. Em abril de 93, o Sendero matou 30 militares. O líder do grupo foi preso e tentou negociações com o governo, mas a ala contrária fez atentado. Os conflitos começaram em 1979, deixando mais de 25 mil mortos.

GUATEMALA
Os conflitos começaram em 1982, quando oficiais rebeldes tomaram o poder. Cerca de 200 mil refugiaram-se no México. Houve outro golpe em 1983. Em 1993, o presidente Jorge Serrano Elias renunciou após tentativa fracassada de golpe. Pelos menos 50 mil pessoas já morreram.

ORIENTE MÉDIO
IRAQUE
Os conflitos no Iraque datam dos anos 70 e deixaram mais de 200 mil mortos. A guerra com o Irã durou de 1980 a 1988. Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait e foi derrotado em 1991, na Guerra do Golfo. Ataques militares contra grupos rebeldes, como os curdos, continuam.

TURQUIA
O conflito com os curdos, que querem um Estado independente, começou em 1984 e deixou 7.500 vítimas. Em novembro passado, fracassaram as negociações dos curdos com o governo e ataques terroristas atingiram alvos turcos em sete países da Europa.

LÍBANO
Os três grupos terroristas, Hizbollah, Amal e Hamas ainda mantêm o sul do Líbano instável, convidando a retalições por parte de Israel. Os conflitos começaram em 1975 e deixaram 170 mil mortos.

ISRAEL
A Intifada (movimento palestino) começou em 1987 e deixou 1.300 mortos. No ano passado, o líder da Organização para Libertação da Palestina, Yasser Arafat e o primeiro ministro de Israel, Itzhak Rabin assinaram um tratado de paz.

ÁFRICA
ANGOLA
A guerra civil começou em 65 e matou 500 mil pessoas. Segundo a ONU, já morreram cerca de 35 mil pessoas desde o reinício da guerra em 92, quando a Unita (União Nacional pela Independência Total de Angola) foi derrotada nas urnas pelo MPLA (Movimento Popular pela Libertação da Angola).

SOMÁLIA
A guerra civil começou em 1991, quando Siad Barre deixou a presidência e já matou 300 mil pessoas, ameaçando outros 2 milhões. A fome é uma das principais consequências do conflito.

RUANDA
Os conflitos tribais começaram nos anos 80 e já mataram 2 milhões de pessoas. A guerra civil reiniciou-se em abril, quando o presidente Juvenal Habuarimana, da etnia majoritária hutu, morreu em um atentado. A guerrilha de oposição é da etnia tutsi. Desde então já morreram 1 milhão de pessoas.

MOÇAMBIQUE
A guerra civil entre governo moçambicano e as forças de Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) coincide com a seca. A guerrilha da Renamo mantém o país instável desde 1981, com sucessivos ataques.

LIBÉRIA
A guerra civil começou em dezembro de 1989. Forças rebeldes tentaram derrubar o presidente Samuel Doe, tomando a capital em 1990. Em setembro, ele foi capturado e morto. Mais da metade da população do país refugiou-se. A guerra tornou-se um conflito entre as tribos kahn e gio. Os mortos chegam a 25 mil.

DJIBUTI
Em 1990 houve vários incidentes políticos na fronteira com a Somália e a área de Sylac foi dominada pelos rebeldes do movimento nacional da Somália. Há indícios de quase 30 mil refugiados da Somália no país. Em 1991, iniciaram-se conflitos étnicos que mataram 100 pessoas.

SUDÃO
A guerra continua entre o norte arábe e mulçumano e o sul negro e cristão. Em 1990, forças governamentais e os guerrilheiros do Exército Popular para Libertação do Sudão travaram combates violentos. Os conflitos começaram em 1983 e mataram 75 mil pessoas.

SAARA OCIDENTAL
O conflito entre as guerrilhas de Marrocos e a Frente Polisário apoiada pela Argélia começou em 1962 e fez 13 mil mortos.

ZAIRE
Em 1993, o Alto Conselho da República declarou o presidente Mobutu Seko traidor. Mobutu acusou o primeiro ministro Étienne Tshisekedi, líder da frente de oposição União Sagrada de ser culpado pela revolta e de traidor, porque pediu intervenção de tropas estrangeiras. O conflito se iniciou em 92 e deixou 1.300 mortos.

ÁSIA
GEÓRGIA
A Geórgia vive duas guerras. Ao norte, o conflito separatista na província de Abkházia. No oeste, forças do ex-presidente deposto Zviad Gamsakhurdia tentam retomar o poder. O conflito começou em 1988 e já deixou 2 mil vítimas. Em 1993, o presidente Eduardo Shevardnaze solicita à ONU o envio de uma força de paz.

ARMÊNIA/AZERBAIDJÃO
O país enfrenta uma situação de quase calamidade devido ao conflito com o Azerbaidjão pelo enclave de Nagorno-Karabah, que provoca corte de seus fluxos energéticos e paralisa sua economia (apenas 20% de suas indústrias ainda funcionam). O conflito começou em 1988 e fez 23 mil mortos.

TADJIQUISTÃO
O governo do ex-comunista Sháripovitch Rakhmônov é instável, saído da guerra civil entre os partidários do ex-presidente Rákhman Nábiev, deposto em 1992. Cerca de 50 exércitos se defrontam na região. Não há perspectiva de paz entre as facções comunista e islâmica. O conflito iniciou 88 e deixou 30 mil mortos.

AFEGANISTÃO
Mais de 10 mil pessoas morreram nos últimos dois anos, desde que as guerrilhas mulçumanas então coligadas derrubaram o regime comunista apoiado pela ex-URSS. O país vive um conflito desde 1978 que já matou mais de um milhão de pessoas.

TIMOR LESTE
Para que não surgisse um país com governo de esquerda, a Indonésia invadiu o território logo após sua independência, em 1975. Desde então Timor vive um genocídio que matou 200 mil pessoas, um terço de seus habitantes.

SRI LANKA
O conflito começou em 1983, quando a guerrilha pela libertação Tâmil iniciou suas operações para separação do norte do país da região sul, de maioria étnica cingalesa. O número de mortos chega a 30 mil.

MYANMA (Ex-Birmânia)
O país vive uma guerra civil há 40 anos, com 12 guerrilhas separatistas agindo no norte do país, cada uma em nome de uma minoria étnica ou tribal. A partir de 1988, a luta envolve quatro grupos. Desde os conflitos de 88 pelo menos 6 mil pessoas morreram.

PAPUA NOVA GUINÉ
O país é atingido pela violência tribal. A guerrilha separatista age desde 1989 comandada pelos rebeldes do Exército Revolucionário. Em janeiro do ano passado trinta pessoas morreram em choques com eles.

IRIAN OCIDENTAL (Indonésia)
É um dos mais longos conflitos, rebeldes lutam pela independência em relação à Indonésia há 30 anos. Os mortos somam 100 mil.

FILIPINAS
Reformas feitas pelo presidente Fidel Ramos reduziram as tensões na área urbana, mas na zona rural os extremistas mulçumanos e comunistas continuam sua campanha contra o governo. Os conflitos iniciaram-se em 1945 e já mataram 150 mil pessoas.

CAMBOJA
A guerrilha do Khmer Vermelho já matou 2,5 milhões de cambojanos entre 1975 e 1979. O governo desencadeou em outubro do ano passado um ataque a uma das bases do Khmer provocando a declaração de seu líder de que está disposto a iniciar negociações de paz.

IÊMEN
A crise econômica consolida a influência que os grupos islâmicos radicais têm sobre a população carente. Organizados, eles forneçem serviços educacionais e assistenciais. Contrários à unificação do país em 1990, os fundamentalistas são hoje um Estado dentro do Estado.

EUROPA
RÚSSIA
A Rússia passou por turbulências em 1993. O presidente Bóris Iéltsin e o parlamento entraram em conflito. Durante um conflito, em que o exército cercou o parlamento, morreram mais de 300 pessoas.

BÓSNIA–HERZEGOVINA
Até o final do ano passado o conflito entre sérvios e bósnios já havia matado 140 mil pessoas, segundo dados da ONU. Os sérvios, melhor armados, já dominam 70% do território. Os bósnios ficam restritos a Sarajevo. A guerra começou em 1991.

CROÁCIA
Os governos da Iugoslávia e da Croácia assinaram no início do ano um acordo que dá início ao processo de normalização das relações entre as duas repúblicas. A guerra começou em 1991 entre sérvios e croatas. O número de mortos chega a 50 mil.

IRLANDA DO NORTE
Os atentados do IRA (Exército Republicano Irlnadês), grupo guerrilheiro católico que luta pela independência da Irlanda do Norte do domínio britânico já causaram 3.000 mortes desde 1969.
Fonte: Banco de Dados, "USA World Book", ONU, "Almanaque Abril 1994" e "Almanaque Lisa 1994".

Texto Anterior: Professora enfrentou cinco ataques aéreos
Próximo Texto: Vinil brasileiro é moda em feiras de Londres
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.