São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 1994
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G-7 termina com poucas definições

ANDRÉ LAHOZ
DE PARIS

Terminou ontem a reunião do G-7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo.
Os chefes de Estado e governo dos Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão estiveram de sexta-feira a domingo em Nápoles, no sul da Itália, para discutir os maiores problemas políticos e econômicos do mundo.
Poucas decisões práticas foram tomadas após o encontro. As análises permaneciam céticas quanto à possibilidade de o encontro ter conseguido responder aos problemas atuais, principalmente quanto à queda do dólar em relação à moeda japonesa.
A reunião foi dividida em duas. Na sexta-feira e no sábado, foram abordados apenas os problemas econômicos. O domingo, por outro lado, foi dedicado às questões políticas.
O principal tema econômico foi a desvalorização do dólar frente ao iene. Mas os chefes de Estado e governo dos países também se dedicaram ao desemprego (um problema especialmente grave nas economias européias), a uma proposta do presidente americano, Bill Clinton, de reabrir a discussão sobre liberalização do comércio mundial, e a ajuda dos sete à Ucrânia em troca do fechamento da usina de Tchernobyl.
Uma das poucas decisões práticas tomadas neste fim-de-semana foi exatamente o envio de US$ 200 milhões para a Ucrânia em uma primeira etapa.
O debate político foi marcado pela presença do presidente russo, Boris Ieltsin (a Rússia não faz parte do Grupo dos Sete), como associado.
Essa foi a primeira vez que um presidente russo participa do debate político em uma reunião do G-7. Ieltsin disse que "a Rússia deu um passo histórico em direção a uma integração mundial".
O G-7 se transformou em G-8 nas questões polítcas. A discussão política foi concentrada nas guerras de Ruanda e da Bósnia e nos problemas com a Coréia do Norte e Argélia.
O encontro foi marcado ainda pela hospitalização do primeiro-ministro japonês, Tomiichi Murayama, ocorrida ainda na sexta-feira devido a problemas estomacais e desidratação.
Ele foi substituído nos debates por pelo vice-premiê, Yohei Kono. A fragilidade política de Murayma (socialista) foi apontada como um dos obstáculos a uma ação mais firme dos líderes dos países mais ricos do mundo.
Os socialistas formaram aliança com o Partido Liberal Democrata, seu adversário político nos 38 anos em que o PLD esteve no poder.

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