São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Morre um dos líderes do motim do Presídio Central de Porto Alegre

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O preso Celestino Linn, 37, um dos líderes do motim no Presídio Central de Porto Alegre (RS), morreu ontem de manhã. Com Linn, sobe para cinco o número de mortos por causa do motim.
Linn, que levou três tiros na tentativa de fuga, morreu no hospital Penitenciário. Outros três presos e um policial também morreram no motim, iniciado na quinta-feira e encerrrado no domingo.
Três dos 11 amotinados continuavam foragidos até o início da tarde de ontem. Eles poderiam ter participado de um assalto pela manhã na região metropolitana de Porto Alegre. Houve tiroteio com a polícia, mas ninguém foi preso.
O governador Alceu Collares (PDT) defendeu ontem as negociações feitas com os amotinados. Nove deles pediram –e tiveram sua exigência atendida– a remoção de Linn e do preso Dilonei Melara do presídio de Charqueadas para que eles fugissem junto.
Segundo o governador, as consequências do motim poderiam ter sido mais graves se as negociações tivessem sido diferentes.
Collares disse que o Estado indenizará quem foi lesado em função do motim.
O secretário de Justiça do Rio Grande do Sul, Gabriel Fadel, disse ontem que não está apto a dizer se a polícia agiu certo ou não ao perseguir os presos amotinados.
Fadel, no entanto, confirmou o que já haviam dito outras autoridades que participaram da negociação com os presos.
O acordo com os amotinados estabelecia que não haveria perseguição enquanto houvesse reféns.
O chefe de polícia do Estado, Newton Muller, disse que existiu um rompimento do acordo por parte dos presos.
Os amotinados, segundo ele, se comprometeram em não levar mulheres como reféns. "Tendo mulher dobra nossa preocupação", declarou Muller, referindo-se à possibilidade de abuso sexual.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, Marcos Rolim, disse que a polícia "colocou em risco os reféns e permitiu que a cidade se tornasse uma praça de guerra".

Texto Anterior: Advogado pede habeas corpus para mãe que matou filho doente
Próximo Texto: Empresas adotam oito escolas de São Paulo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.