São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 1994
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Preço do café tem maior alta em oito anos e meio

Geada faz produto disparar nas bolsas internacionais

DA REPORTAGEM LOCAL E DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O preço do café disparou ontem nas bolsas internacionais por causa das geadas do final de semana que atingiram as lavouras brasileiras.
Temendo uma evasão de divisas, o Brasil fechou ontem os registros para exportação. Segundo a agência de notícias "Efe", a Colômbia também suspendeu as vendas externas.
A Bolsa de Londres registrou a maior alta em oito anos e meio. Os preços subiram 25% em relação a sexta-feira. Para setembro, o café ficou em US$ 3.835 por tonelada.
Em Nova York, o contrato de café com entrega em setembro fechou cotado a 239,50 centavos de dólar por libra-peso (0,454 kg), com alta de 27% em relação a sexta-feira.
Os negócios no mercado interno ficaram paralisados. Na última sexta-feira, a saca (60 kg) de café paulista valia R$ 170; em Minas, US$ 210.
Roberto Teixeira, da Cooperativa dos Cafeicultores de Garça (SP), diz que o mercado parou para avaliar as geadas.
Avaliação preliminar do CNC (Conselho Nacional do Café) indica que as últimas geadas foram mais fortes do que as do final de junho e atingiram os cafezais do sul de Minas Gerais, do norte de São Paulo e do Paraná. "O prejuízo com as geadas deve superar seis milhões de sacas na safra 95/96", diz Hercílio Amaral, secretário do CNC.
Hortaliças
Ontem os produtores de hortifrutis do cinturão verde do Estado de São Paulo não tinham avaliação precisa dos prejuízos.
Na região de Mogi das Cruzes, que responde por 10% do abastecimento de verduras da capital, as últimas geadas foram mais fracas em relação às do final de junho e não atingiram todas as lavouras. A tendência é de alta de preços.
Já a cotação da carne voltou a cair ontem no interior de São Paulo por conta das geadas. A arroba (14,68 kg) do boi gordo foi negociada a R$ 22; na sexta-feira era cotada a R$ 22,5, segundo o Sindipec.

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