São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Coréia do Norte adia cúpula com o sul

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Três dias depois da morte de seu presidente, Kim Il-sung, a Coréia do Norte comunicou à Coréia do Sul o adiamento do inédito encontro de cúpula que estava marcado para o fim deste mês.
A notícia, divulgada em meio a indícios de que o sucessor de Kim Il-sung será seu filho Kim Jong-Il, foi recebida com naturalidade em Seul, a capital sul-coreana.
"O norte está estável, com compromissos de lealdade a Kim Jong-il chegando a todo momento", disse o ministro sul-coreano da Unificação, Lee Hong-koo.
"Estamos mantendo a Coréia do Norte sob estreita vigilância, em cooperação com as forças dos EUA, mas nenhuma movimentação militar fora do comum foi observada até agora", afirmou o ministro da Defesa, Lee Byoung-Tae.
Kim Il-sung morreu na madrugada de sexta-feira aos 82 anos. Governava a Coréia do Norte desde a fundação do país, em 1948.
A causa da morte foi um infarto, segundo o anúncio oficial. Mas o ex-diretor da CIA norte-americana Robert Gates disse ontem que Kim Il-sung pode ter sido assassinado pela "linha dura" comunista.
Essa facção, afirmou ele, seria contrária à abertura que o "Grande Líder" promoveu, poucas semanas antes de morrer, em relação à Coréia do Sul e aos EUA.
Além de marcar o inédito encontro com Kim Young-sam, o presidente sul-coreano, Kim Il-sung reabriu as conversações com os EUA sobre o programa nuclear da Coréia do Norte, suspeito de estar voltado para fins militares.
Essas negociações deveriam ter começado sábado, em Genebra, mas foram suspensas. Apesar disso, o presidente dos EUA, Bill Clinton, disse ontem que está "cautelosamente otimista".
Mais de 1 milhão de pessoas morreram na Guerra da Coréia (1950-53), entre elas 54 mil norte-americanos. O conflito perpetuou a divisão da península coreana, ocorrida quando EUA e URSS ocuparam as duas partes do país com a derrota do Japão na 2ª Guerra Mundial, em 1945.
A TV sul-coreana MBC mostrou Kim Jong-il com embaixadores estrangeiros na sede do governo norte-coreano e chorando diante do sarcófago de cristal em que o corpo de seu pai está sendo velado.
O filho de Kim Il-sung era ladeado pelo premiê Kang Song-san e pelo ministro da Defesa, O Jin-U, num indício de que será aceito como novo líder máximo.
O "Querido Líder" Kim Jong-il, 52, foi preparado como sucessor por mais de 20 anos. A Rádio Pyongyang chamou-o ontem de "Grande Líder", título até agora reservado a seu pai.

Texto Anterior: Michael Jackson está na mira da imprensa; Arcebispo perdoa adultério de Charles; IRA mata protestante na véspera de festa; Winnie Mandela é vítima de atentado; Austríaca mata seu namorado turco; Sai estudo sobre abuso sexual; Francesa violentada e queimada se salva; Nasce bebê de 'proveta computadorizada'
Próximo Texto: Papa tem câncer ósseo, afirma cardeal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.