São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994
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SP arredonda tarifa de trem para cima

NEIVALDO JOSÉ GERALDO
DA REDAÇÃO

Os prefeitos correm o risco de passarem para a história como vilões do Plano Real, mas, pelo menos em São Paulo, o governador Luiz Antonio Fleury Filho deveria receber o mesmo tratamento.
A acusação feita às prefeituras de arredondar as tarifas de ônibus, em São Paulo para R$ 0,50, se estende também ao governo do Estado na caso dos trens metropolitanos. A conversão é idêntica.
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que assumiu no lugar da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), cobrava CR$ 1.200,00 antes do real. Com a conversão o bilhete passou a R$ 0,50 ou CR$ 1.350.00. Na prática, quem paga em cruzeiros reias desembolsa menos, pois ela foi arredondada para baixo.
Desde a implantação da URV, em março, só em 25 de maio a tarifa chegou a 0,50 URV.
Em 31 de março, o bilhete custava 0,43 URV. No dia 30 de abril, subiu para 0,45 URV; em 23 de junho foi a 0,48 URV, passando a R$ 0,50 em 1º de julho.
Ao contrário dos ônibus, o trem não é movido por nenhum derivado de petróleo. É eletrificado.
No Rio de Janeiro, onde a CBTU ainda administra os trens metropolitanos, a tarifa é de R$ 0,32 contra R$ 0,35 dos ônibus.
O secretário dos transportes Metropolitanos, Jorge Fagali Neto, 51, afirma que a decisão de manter a tarifa dos trens igual à dos ônibus é política.
"Se a tarifa fosse cobrada para custear o sistema seria muito maior. Há mais de 50% de subsídio", disse. Ele descarta que tenha ocorrido aumento abusivo.
Segundo Fagali Neto, se o prefeito Paulo Maluf recuar nos ônibus "nós também vamos recuar".
Em junho, segundo o Procon, os trens da CPTM lideraram as altas das tarifas públicas com variação de 103,39%. Em 12 meses, 9.130,77%.

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