São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994 |
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Importadores de carro adotam tabela em real
ARTHUR PEREIRA FILHO
A mesma decisão foi tomada pelos concessionários Volkswagen que vendem o Golf, importado do México. A partir do próximo domingo, a rede terá anúncios nos jornais com o preço do carro em real. As tabelas em real não levam em conta a desvalorização do dólar em relação à nova moeda. Ou seja, US$ 1 é igual a R$ 1. Na última segunda-feira, US$ 1,00 comercial estava cotado a R$ 0,93. Um carro avaliado em US$ 17 mil, por exemplo, deveria ser vendido em real por R$ 15.810, um desconto de 7%. Mas com a tabela em real, o preço fica em R$ 17 mil. Para Paulo Ferraz, vice-presidente da Mitsubishi Motors, a manutenção dos preços em dólar comercial "é prejuízo certo" para o importador. "De dois terços e três quatros do preço final do veículo são despesas e impostos pagos no Brasil, em real, com base na paridade US$ 1 igual a R$ 1". Segundo Ferraz, o valor do carro pago em dólar para a fábrica no exterior representa no máximo um terço do que o consumidor paga. Dino Arrigoni, da Kia Motors (montadora coreana), diz que sua tabela sempre foi em cruzeiros reais. "O dólar comercial era apenas uma referência. Quando veio o real, a alteração foi automática". Emilio Julianelli, presidente da Abeiva (associação que reúne 25 marcas de importados), afirma que a mudança da tabela para o real é a forma de evitar prejuízo. "Quem não seguir esse caminho vai sair perdendo", diz Julianelli. Na opinião dele, a simples conversão do dólar comercial pelo real "é uma jogada promocional para melhorar vendas, mas significa trabalhar sem margens". A maior parte das importadoras –entre elas Honda, Mazda, Suzuki, Renault e Toyota– continua com a tabela em dólar comercial. Texto Anterior: Entenda as regras do real para os contratos Próximo Texto: Cresce procura por consórcio Índice |
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