São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994 |
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Aruba está de olho no turista brasileiro
RUI NOGUEIRA
O tempo de permanência na ilha é ditado pelo espaço: são dezenas de praias cercando apenas 184 km2 de pedras e cactos. É uma combinação árida, com o preço funcionando como atrativo. Mas barato não significa pechincha. O governo da ilha não está interessado em mochileiros. "Queremos volume com qualidade", resumiu à Folha Edison Briesen, ministro da Fazenda e do Turismo. Motivo: por quarto alugado em um hotel, o governo embolsa 5% –fora a porcentagem (até 10%) nos serviços. Para atrair os turistas, a ilha está com duas promoções em alta: "Aruba de Primeira" e "Honeymoon" (lua-de-mel). Os dois pacotes combinam preços e serviços para que uma semana, com tudo pago e muito conforto, não custe mais de US$ 1.500. Estes preços fazem parte de uma estratégia com duas intenções: o governo quer ficar menos dependente do volume de turistas americanos (52%) e não perder os turistas latino-americanos que diminuíram por causa da recessão. "Bolivianos e venezuelanos, por exemplo, precisam de cada vez mais pesos e bolívares para comprar dólares", resigna-se Briesen. Para atrair os brasileiros, além do preço, Aruba tem outra isca: US$ 1,2 milhão em marketing a serem investidos em 1994. O comportamento do turista brasileiro arregala os olhos do governo de Aruba: é o que mais retorna e o que mais gasta. Entre os latinos, depois da Venezuela, o Brasil é o segundo "exportador" de turistas. Uma semana em Aruba é feita de águas verdes e quentes, passeios de carro por cavernas, reservas ecológicas e parques. Nas praias, prática de esportes náuticos, passeios de barco ou submarino e mergulhos. Nos hotéis, shows e cassinos. Mais tempo que isso, só para quem gosta de torrar ao sol como as iguanas arubenhas. Nos cassinos se aposta um mínimo de US$ 0,05. São um espetáculo à parte e merecem uma visita mesmo de quem enxerga o diabo por trás de cada crupiê. Parece que toda breguice latina marcou encontro ali: centenas de velhinhas tomam conta das máquinas caça-níqueis e se misturam com mulheres de seios grandes e homens de terno e sapatos brancos. Todos os grandes hotéis têm cassinos próprios com programações de espetáculos bizarros. Uma das atrações do Royal Caba¤a, em junho, era um show de travestis, o "Jewel Box Revue", com imitações de Barbara Streisand, Madonna, Dionne Warwick e ShirLey McLaine. LEIA MAIS Sobre Aruba nas págs. 6-8 a 6-10. Texto Anterior: Quem foi diz que difícil mesmo é ir embora Próximo Texto: Paisagem conquista o visitante aos poucos Índice |
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