São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Caríntia oculta montes e lagos quentes
LUÍS ANTÔNIO GIRON
Localizada ao sul, na fronteira com a Itália e a Eslovênia, a Caríntia (Kãrnten, em alemão) tem 3.680 quilômetros quadrados e uma população de 550 mil habitantes. A capital, Klagenfurt, com 89 mil moradores, possui um bom patrimônio cultural (leia texto abaixo). Prédios históricos, uma universidade e dezenas de museus se distribuem na pequena cidade, que fica às margens do Wõrther See, um dos quatro lagos que banham a região. A Caríntia só perde em turismo para o Tirol e Salzburgo. Recebe uma média anual de 7 milhões de visitantes, principalmente da própria Áustria e dos países vizinhos. A atração maior é o calor (temperatura média de 28oC em julho e agosto) e os lagos profundos. Além do Wõrther See, a Caríntia tem o Ossiacher See, o Millstãtter See e o Weissensee. O quarteto de lagos forma a chamada "Riviera austríaca". As aguas vão do azul-marinho ao verde claro, com profundidade de até 50 metros. A temperatura média no verão é de 18oC, própria para a natação, vela e mergulho. Outros esportes bastante praticados são pesca, golfe, tênis (há mil quadras) e "mountain biking". O Wõrther See responde pelo maior índice de popularidade. Duas cidadezinhas servem como local de veraneio desde o século 19: Põrtschach e Velden. As duas podem ser percorridas de bicicleta e ficam a 20 quilômetros de distância uma da outra. Põrtschach se dedica a hospedar velhos e crianças. Uma diária de hotel simples custa cerca de US$ 80 por pessoa. Foi em 1857, sob um coreto perto do cais de Põrtschach, que o compositor alemão Johannes Brahms (1833-1897) se inspirou para compor sua "Sinfonia nº 3". Hoje em dia Velden tem os hotéis mais caros e o cassino. Os jovens frequentam os bares e restaurantes locais, sobretudo à noite. Velden faz tanto sucesso que ali se passa a novela "Um Castelo no Wõrther See", produzida por um canal alemão num hotel cinco estrelas. O enredo é uma bobagem, mas faz o mostruário dos hábitos locais: passear de bicicleta, consumir frios com raiz-forte (o "chren") e beber "most", uma espécie de cidra não-fermentada. Ainda existem vilarejos pitorescos escondidos nas montanhas em torno do Wõrther See. O passeio ideal é feito de "mountain bike", alugada em qualquer loja de Velden ou Põrtschach. Chega-se em menos de 20 minutos às pastagens, recolhidas como se fossem espantalhos, às igrejas minúsculas e às casas dos camponeses. Os caríntios são notórios pela hospitalidade. É quase impossível não ser convidado a entrar na casa de um camponês para provar um copo do acre "most". Este se torna doce quando volta à memória. A simpatia faz milagres. Texto Anterior: Ir à ópera pode sair bem barato Próximo Texto: Klagenfurt merece ser percorrida com atenção Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |