São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994
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Fornovo e Colecchio lembram cenas da guerra

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Entre as pequenas cidades da Itália com significado muito maior que seu tamanho para os brasileiros estão Fornovo e Collecchio. Não são centros turísticos, mas cidades simpáticas e tranquilas.
Em Fornovo di Taro, norte da Itália, 14,8 mil prisioneiros alemães e italianos foram feitos por soldados da FEB durante a etapa final da guerra, em abril de 1945.
No caminho a Fornovo se passa por Collecchio, onde houve combates antes da rendição alemã.
Ápio de Freitas estava com seu pelotão à beira da estrada quando foi convidado pelo capitão Ernani Ayrosa da Silva para procurar saber o que acontecera a uma parte da tropa brasileira. Saíram em um jipe junto com Hilário Zanesco.
O jipe passou por um caminhão com soldados americanos mortos. Em seguida foram alvejados por alemães. O jipe passou por uma mina "e foi atirado a 30 metros de distância". Freitas perdeu 16 dentes e teve fraturas no braço.
Freitas foi capturado pelos alemães junto com Ayrosa, que depois da guerra chegaria a general. Zanesco morreu na hora e só três dias depois seu corpo foi achado.
Antonio Gomes Linard se reuniu a tanques americanos da divisão blindada, e lembra quando um deles foi atingido ao seu lado por um tiro de bazuca alemã.
Pedro dos Santos, lembra que os alemães se renderam disciplinadamente. "Foi bonito, eles fizeram saudação e deixaram as armas ao lado da estrada", diz Santos. "Tinham disciplina até o final", completa seu colega de regimento, Afonso dos Passos.
No avanço para Fornovo, a FEB teve de agir rápido para cortar a retirada alemã. "Os caminhões da artilharia foram requisitados para transportar a infantaria", diz Gerson Machado Pires. (RBN)

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