São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994
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Marido foi mandante do crime, acusa polícia

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia acusou ontem formalmente o falso médico Bruno Cesar Pascini de ser o mandante da morte de sua mulher, a decoradora Giselle Balesteiros Ribeiro Pascini.
Outras cinco pessoas foram acusadas de participarem do crime; quatro delas estão presas.
Giselle foi sequestrada no dia 8 de junho de 93, no Carandiru (zona norte). Três homens que estavam num Gol a abordaram quando ela saía de seu Honda Accord e a levaram até Parati (RJ).
A decoradora foi morta com 12 tiros. O corpo foi encontrado na madrugada do dia 10 de junho.
"Pascini matou sua mulher porque ela ameaçava denunciar seus negócios ilícitos", disse o delegado Sergio da Silva Alves, 31, da Divisão de Homicídios.
Segundo ele, quatro dias antes do crime a decoradora descobriu fitas cassetes com conversas gravadas de Pascini referentes a negócios com doleiros.
O delegado diz que Giselle estaria suspeitando de que Pascini participava de assaltos a doleiros e que teria descoberto que o diploma médico dele era falso.
Pascini se dizia endocrinologista. Entre os clientes de sua clínica nos Jardins estava o governador Luiz Antonio Fleury Filho.
"Ele procurou o advogado Jorge Henrique Marjorino, 42, que o aconselhou a matar Giselle", diz policial. De acordo com Alves, Marjorino telefonou para seu primo, o também advogado Simbad Tadeu Focássia, em cujo escritório o crime foi planejado, no dia 8.
Para matar Giselle, Focássia teria contratado os ex-PMs Marcelo Lunardelli, 25, Fernando Pinheiro Cavalcante, 29, e o adolescente Adilson Battistucci da Silva, 19.
Lunardelli está preso desde novembro de 93 sob a acusação de outro sequestro. Cavalcante foi preso, no início do ano, por roubo.
A polícia descobriu a trama após Lunardelli escrever uma carta para Focássia, seu advogado, na qual o ameaça de morte.
Na carta, Lunardelli confessa ter recebido dinheiro do advogado para matar Giselle. "Pascini havia prometido pagar cem mil dólares aos executores, mas deu apenas 10 mil", disse o delegado.
Battistucci e Focássia foram presos ontem. Como era adolescente na época do crime, Battistucci confessou o assassinato.
Marjorino está foragido. Todos os acusados tiveram a prisão decretada pela Justiça.

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