São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994 |
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Unificação da Europa começou com Hitler
MARCELO MUSA CAVALLARI
O objetivo de Hitler era invadir a França, com quem a Alemanha tinha disputas territoriais e em quem o nazismo via um dos algozes da humilhação da Alemanha depois da Primeira Guerra. A fronteira entre os dois países era protegida pela linha Maginot. O Exército alemão, então decidiu entrar na França pelo sul da Bélgica e, para desviar a defesa aliada, invadiu a Holanda e a Bélgica. Em poucas semanas a França estava conquistada. De quebra, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Como tudo era parte do Terceiro Reich foram suprimidas barreiras comerciais e de mão-de-obra. A região –rica em carvão e minério de ferro, industrializada e servida por uma malha ferroviária eficiente– se tornou o coração econômico do Reich até 1944. Em abril de 51, os cinco países mais a Itália criaram a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, com o objetivo de perpetuar, em tempos de paz, a prosperidade conseguida durante a guerra. Em 57, a Comunidade Econômica Européia estabelecia as bases para criação de um mercado comum de produtos, serviços e capitais entre os mesmos seis países. Aí nasceu a União Européia. Não por acaso, instituições da União Européia hoje se localizam na Bélgica, Luxemburgo e em Estrasburgo, a parte da França que a Alemanha reivindicava. Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo são responsáveis por 59% do orçamento da UE. Não há mais carvão na Bélgica nem minério de ferro em Luxemburgo. A mineração decresce cerca 3,2% ao ano na França desde a década de 80. O aço perde importância a cada ano na Alemanha. Mesmo mudada, no entanto, a galinha dos ovos de ouro do Terceiro Reich continua sendo a mola propulsora do bloco europeu. Texto Anterior: Alemães desfilam em Paris pela primeira vez desde a 2ª Guerra Próximo Texto: BC da Alemanha dá apoio ao dólar Índice |
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