São Paulo, sábado, 16 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Covas se recupera e tem 54% na pesquisa

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de cair 11 pontos na pesquisa anterior, o candidato do PSDB ao governo paulista, Mário Covas, recuperou 6 pontos e atinge agora 54% na preferência do eleitorado.
Covas tem exatamente o dobro dos 27% obtidos pela soma das intenções de voto de todos os seus adversários. Se a eleição fosse hoje, ganharia com folga no primeiro turno.
A vantagem de Covas na pesquisa estimulada é tão significativa que ele chega a colocar 46 pontos sobre o segundo colocado, Barros Munhoz (PMDB), que tem 8%.
Abaixo de Munhoz, mas em empate técnico, vêm José Dirceu (PT), com 7%, e Francisco Rossi (PDT), com 6%. Luiz Antônio de Medeiros (PP) caiu dois pontos e tem agora 4%.
Mas a vantagem de Covas não demonstra tanta solidez quando a pesquisa é espontânea –o eleitor cita seu candidato preferido sem apresentação de um cartão com os nomes.
Nesse caso, a opção pelo nome de Covas é de apenas 10%. Dirceu tem 3% de intenção espontânea de voto, seguido de Munhoz (2%) e Rossi (1%). Medeiros não é lembrado espontaneamente por ninguém. É de 66% o índice de indecisos.
Mas Covas mantém um índice baixo de rejeição (11%). Há empate técnico na rejeição a quatro candidatos –Dirceu (26%), Munhoz (25%), Rossi (24%) e Medeiros (23%).
Na pesquisa estimulada, Covas tem índices significativos tanto na capital e região metropolitana (52%) como no interior (55%). O tucano também alcança maioria entre os eleitores de todos os presidenciáveis.
Covas atinge 51% entre os eleitores de Lula –o petista Dirceu tem apenas 18%. Entre os eleitores de Fernando Henrique, que é de seu partido, Covas alcança 70%.
O candidato do PSDB também avança no eleitorado de Orestes Quércia –55% contra 22% que votarão em Munhoz, o candidato do PMDB.
A superioridade de Covas sobre seus adversários pode ter mais de um motivo. Um deles é a própria fragilidade dos outros candidatos. Nenhum outro partido lançou candidatos de peso na sucessão paulista.
O outro motivo é a disputa "casada" de governador com a de presidente. As atenções dessa eleição estão voltadas para a sucessão presidencial. Fora do foco principal, Covas tem a vantagem de não se expor.

LEIA MAIS
Na edição de amanhã da Folha novas informações sobre a pesquisa Datafolha a respeito da disputa presidencial

Texto Anterior: Saiba como foi feita a pesquisa
Próximo Texto: FHC faz nova promessa ligada a ato do governo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.