São Paulo, sábado, 16 de julho de 1994
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Técnico recua Zinho para parar Itália

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

O meia Zinho vai jogar mais recuado amanhã, na final da Copa do Mundo, contra a Itália, do que na partida com a Suécia, na semifinal.
O técnico Carlos Alberto Parreira decidiu mudar porque considera os italianos mais perigosos do que os suecos. Em muitos momentos da vitória contra a Suécia, Zinho se comportou como um terceiro atacante.
"Vamos jogar diferente porque não podemos nos expor diante de um adversário forte e com jogadores rápidos e habilidosos", afirmou Parreira.
O recuo de Zinho será a principal inflexão tática na equipe. Parreira vai manter o meia Mazinho porque ele tem mais características defensivas do que Raí, que continuará na reserva.
Raí substituiu Mazinho no intervalo do jogo contra a Suécia, na quarta-feira, para fortalecer o time no ataque.
Zinho passou a ter função tática mais ofensiva no segundo tempo contra a Holanda, nas quartas-de-final. Nas partidas anteriores, ele reclamara contra a orientação de Parreira.
"Jogando só para defender estou me prejudicando", afirmou. No seu clube, o Palmeiras, ele atua mais ofensivamente.
Parreira afirma que dá "liberdade" para o jogador atacar pelo lado do campo que preferir, mas Zinho tem que estar na esquerda do meio-campo para ajudar a defesa quando o adversário retoma a bola.
Embora não vá designar um jogador para "colar"no atacante Roberto Baggio, Parreira vai pedir marcação atenta sobre ele.
O meia defensivo Mauro Silva vai ajudar o zagueiro –Márcio Santos ou Aldair– que estiver marcando Baggio.
Outra preocupação defensiva que o técnico vai pedir aos jogadores é obediência à sua orientação de nunca os laterais Jorginho (pela direita) e Branco (esquerda) atacarem ao mesmo tempo.
Quando um for ao ataque, o outro terá de ficar na defesa para evitar contra-ataques.
Parreira vai pedir aos jogadores, na conversa de amanhã às 9h45, para eles terem paciência.
"Vamos tocar a bola o tempo que for preciso, até encontrarmos espaços para penetrar."
Os atacantes Romário e Bebeto, como tem acontecido, vão voltar ao meio-campo para receber bolas e armar jogadas. É um modo, segundo o técnico, de confundir a Itália.
Parreira não espera ousadia da seleção italiana. "Como sempre têm feito, eles vão ficar atrás, se defendendo, tentando surpreender em contra-ataques."
Para ele, a maior qualidade do futebol italiano é a marcação. "É uma tradição deles, que se pode ver bem no Campeonato Italiano". A maior obsessão do treinador na seleção brasileira é a marcação.
O Brasil terá três opções ofensivas principais: a entrada do atacante Muller, do meia Raí e do lateral Cafu. A equipe só jogará com três atacantes –Muller substituindo um meia– se estiver perdendo.
Se houver pênalti durante o jogo, o cobrador deverá ser Bebeto. Numa eventual decisão por pênaltis, bateriam Bebeto, Zinho, Jorginho, Branco e Dunga.
Se um deles estiver cansado ou não quiser chutar, será substituído por um dos zagueiros.
Se as equipes empatarem no tempo normal (90 minutos), haverá prorrogação de 30 minutos.
Se a igualdade persistir, a decisão será em série de cinco pênaltis. Em caso de empate, cada time baterá um pênalti, até um deles ser campeão –o primeiro tetra da história do futebol.
(FR e MM)

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