São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994 |
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Padrão-ouro acabou em 71
JOSÉ ROBERTO CAMPOS
Como era seu estilo, combinou apelos ao nacionalismo com suspeitas paranóicas de suposta conspiração contra o dólar. "Essa medida não conquistará amigos entre os traficantes de dinheiro." Batizou seu pacote de "Nova Política Econômica" e qualificou-o de o mais importante conjunto de medidas econômicas desde 1933. Era o sistema monetário do pós-Guerra que desmoronava e Paul Samuelson, prêmio Nobel de Economia, punha a questão em perspectiva. Para ele, empresas e investidores aproveitaram as taxas de juros mais altas na Europa do que nos EUA e passaram a "batata quente" –dólares– para os BCs europeus. Pelo acordo de Bretton Woods, eles deveriam comprá-los, mas não estavam mais dispostos. Após a pancada de Nixon, o sistema monetário viveu de crise em crise. Em dezembro de 1971, um acordo entre os principais países desenvolvidos ampliou a faixa de flutuação cambial para 2,25%. O golpe derradeiro no acordo de Bretton Woods veio com uma nova desvalorização do dólar frente ao ouro em fevereiro de 1973. A rápida expansão das potências desenvolvidas e seu reagrupamento em grandes e poderosos blocos econômicos tornou-se incompatível com o predomínio americano. A surpreendente e sofisticada expansão dos mercados financeiros, que movimentam grandes quantidades de dinheiro em segundos, reduziu o poder dos governos de intervir para assegurar o valor da moeda. Com o fim das taxas de câmbio fixas passou a reinar a possibilidade de caos intermitentes nos mercados. Grandes bancos e investidores apostam contra várias moedas. A bola da vez é o dólar contra o iene –a moeda americana bate recordes de baixa. Um financista húngaro, George Soros, conseguiu desafiar os britânicos, investir contra a libra e ganhar. (JRC) Texto Anterior: Pós-guerra acentuou domínio dos EUA Próximo Texto: Estudo critica FMI e Banco Mundial Índice |
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