São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Punições rigorosas inibem jogo violento

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa do Mundo dos EUA é a recordista em número de expulsões de campo. Em 15 ocasiões, nos seus 52 jogos, o cartão vermelho foi mostrado a um jogador.
O número de cartões amarelos por partida também subiu. Na Copa de 90, foram distribuídos 3,2 a cada jogo. Em 86, a quantidade havia sido ainda menor: 2,3. Na de 94, essa média chegou a 4,5.
Os números não significam que o Mundial de 94 tenha sido o mais violento da história, mas sim que os árbitros foram mais rigorosos.
A média de faltas por seleção em cada partida da Copa dos EUA ficou em 14,2. Em comparação com dados dos dois últimos campeonatos paulistas, segundo levantamento do Datafolha, o índice pode ser considerado baixo.
No torneio de 93, foram registradas 23,7 faltas por equipe a cada jogo –67% a mais que nos EUA. No Paulista de 94, esse índice subiu –média de 25 faltas.
Os números do Paulista só se igualam aos da equipe mais faltosa da Copa, a Nigéria. A seleção cometeu 95 infrações em quatro jogos –23,7 faltas por confronto.
Já antes do início do Mundial, a Fifa lançou a campanha do "Fair Play" (jogo limpo), estimulando a lealdade. A orientação para os árbitros era punir com rigor as faltas violentas, principalmente os carrinhos e as rasteiras por trás.
A Fifa deu o exemplo, aplicando suspensões severas aos jogadores que tomaram cartão vermelho.
Determinou que quem fosse expulso sem ter tomado o cartão amarelo deveria ser suspenso por pelo menos dois jogos.
Para quem foi realmente violento, a Fifa se mostrou implacável. O zagueiro Tassotti, da Itália, acertou uma cotovelada no nariz do atacante espanhol Luis Enrique.
A agressão aconteceu fora do lance e o juiz não viu. Mas a TV mostrou e, pela primeira vez, a Fifa usou o vídeo como prova para punir um jogador, suspendendo o italiano por oito partidas.
Também o lateral Leonardo foi punido. Ao dar uma cotovelada no americano Tab Ramos, foi expulso e suspenso por quatro jogos.
Desde a Copa de 78, na Argentina, o número de cartões vermelhos nas Copas vem aumentando. Pelos dados da Fifa, aquela competição teve três expulsões em 38 jogos –uma a cada 12,6 partidas.
Em 82, na Espanha, houve cinco expulsos em 52 partidas (um a cada 10,4 confrontos). Em 86, a média subiu para uma expulsão a cada 6,5 jogos (oito cartões).
Na Copa de 90 aconteceram 12 expulsões, uma a cada 4,3 jogos. Nos EUA, a média foi de uma expulsão a cada 3,4 partidas.
Bolívia, Bulgária, Itália e Camarões somaram o maior número de jogadores expulsos: dois cada.
Os búlgaros também lideram o ranking de cartões amarelos, com 23 em sete partidas –quase 10% dos 235 distribuídos na Copa.

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