São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994 |
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Acaba a 'maldição dos craques'
ALBERTO HELENA JR.
Na Suécia, Bellini foi o capitão; Garrincha, o espetáculo; Vavá, o artilheiro; Pelé, o gênio que surgia. Mas Didi foi o centro nervoso do time, em volta de quem giravam todos os outros. Para ele, confluíam os problemas. Dele, partiam as soluções. Sem contar o gol antológico de 40m contra a França. Didi foi o craque da Copa de 58. Mas nunca, até 62, um craque sozinho ganhou uma Copa. O primeiro foi Garrincha, ou melhor: a antítese de Garrincha. Pois até então Garrincha era um especialista, um ponta endiabrado, de dribles desmoralizantes e centros certeiros. No Chile, Garrincha foi múltiplo, sobretudo depois da perda de Pelé, machucado. Armou pelo meio, fez gol de cabeça, de falta, enfim, foi um jogador completo e a maior estrela daquele Mundial. No México, a Copa foi de Pelé. Desde os preparativos da seleção em Itanhangá que Pelé estava decidido a ser integralmente campeão. Nas três Copas anteriores, as contusões ou abreviaram ou retardaram sua presença no time. E agora, ainda mais espicaçado pelo técnico João Saldanha, que o colocara na reserva, anunciando que Pelé não enxergava bem, o maior atleta do século queria dar a prova de sua genialidade. E deu: marcou no meio-de-campo, disputou todas as bolas com o vigor de um menino e esteve presente nos momentos decisivos da caminhada para o tri, fosse servindo os companheiros, fosse ele mesmo marcando gols inesquecíveis. Como o gol de cabeça contra a Itália, na final, e o passe para Jairzinho que nos tirou do sufoco contra a Inglaterra. Garrincha, Didi e Pelé, uma bênção ao nosso futebol. E também uma maldição que nos custou 24 anos na fila depois deles. (AHJr) Texto Anterior: PATRÍCIA BERTOLUCCI Próximo Texto: Oba! Oba! Ganhamos Apesar do Parreira! Índice |
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