São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Baggio perde pênalti e o Brasil ganha a Copa

UBIRATAN BRASIL
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

O Brasil precisou de mais de 120 minutos para conquistar o tetracampeonato mundial.
Depois de empatar no tempo normal e na prorrogação, o Brasil venceu por 3 a 2, após Taffarel defender um pênalti e a Itália perder duas cobranças.
O jogo começou com o Brasil se distribuindo melhor em campo. Com Bebeto se movimentando constantemente, alternando o meio e a lateral direita com Jorginho, o ataque brasileiro tentava driblar a marcação por zona da Itália.
O time de Arrigo Sacchi repetia fielmente a tática arquitetada por seu treinador –jogando de forma compacta, os jogadores tentavam facilitar a movimentação do atacante Roberto Baggio e do líbero Franco Baresi, que se recuperavam de contusão.
O problema italiano, porém, estava justamente nesse plano precavido. Com os jogadores atuando próximos, a Itália não conseguia armar seu ataque com rapidez. O temor era maior que a ousadia.
A dificuldade aumentou com a orientação de Carlos Alberto Parreira em recuar Mauro Silva, fechando a defesa.
A iniciativa de ataque, assim, era do Brasil, que encontrava espaço para as jogadas individuais de Bebeto e Romário.
Como no lance acontecido aos 12min, quando Dunga lançou na área para Romário cabecear, sozinho, para fora. Quatro minutos depois, o atacante tocou para Bebeto, que também chutou para fora.
O time brasileiro só não conseguia aproveitar melhor o espaço deixado pelo adversário pela dificuldade do meia Mazinho em fazer o elo do meio com o ataque.
Com Mauro Silva recuado e Dunga comandando o meio-campo, coube a Mazinho a tarefa de liberar Bebeto e Zinho.
A Itália não conseguia fechar as extremidades do campo, liberando principalmente a direita. Com a contusão de Jorginho, que sentiu dores musculares, Parreira escalou Cafu, apostando em sua velocidade.
Mazinho, porém, adotava a precaução, temendo muitas vezes avançar. Um momento significativo do nervosismo de Mazinho aconteceu aos 24min: Branco cobrou uma falta, o goleiro Pagliuca rebateu para o meia que, desequilibrado, deixou a bola passar.
No segundo tempo, Arrigo Sacchi decidiu preservar Baggio, ainda reclamando de dores na panturrilha direita. Com apenas Massaro na frente, o técnico italiano pretendia encontrar opções.
A mudança espalhou melhor os jogadores italianos pelo campo, que conseguiram armar jogadas pelas laterais e pela corrida de Massaro.
A boa colocação dos zagueiros Márcio Santos e Aldair, porém, conseguia frear as tentativas.
O jogo rumou para a prorrogação, com a Itália sentindo mais o calor de 35 graus. Sua alternativa voltou a ser o contra-ataque.
Parreira conseguiu mais velocidade ao trocar Zinho por Viola. Fechando a marcação, a Itália segurou até os pênaltis.
Na nervosa cobrança, Márcio Santos e Baresi erraram. Taffarel defendeu a cobrança de Massaro e o Brasil conquistou o título mundial quando Roberto Baggio chutou para fora, por cima.

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