São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994 |
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'Pátria Minha' quer mostrar Brasil viável
MARCELO MIGLIACCIO
"Não pretendo, de modo algum, enfocar as eleições presidenciais porque seria difícil não fazer campanha, mesmo que inconscientemente, por algum candidato", diz o autor Gilberto Braga. Foi dele a idéia de escrever uma trama com personagens éticos que acreditam no Brasil. "Vamos mostrar que há luz no fim do túnel", diz o diretor-geral Dênis Carvalho. O vice-presidente de Operações da Globo, José Bonifácio Sobrinho, debruçado sobre pesquisas de opinião coordenadas por Homero Sanches, aprovou a sinopse com a ressalva do apartidarismo. "O Boni achou que o momento era propício para o tema. Tivemos o processo recente de impeachment e até o Plano Real, que alguns condenam, interessa a todo mundo", diz Sérgio Marques, da equipe de autores. "Falaremos do Brasil atual, mas não de política. É um folhetim romântico, com brasileiros e seus problemas", afirma Marques, eleitor declarado de Luiz Inácio Lula da Silva. Para os atores, a maioria divididos entre Lula e Fernando Henrique Cardoso, também existe uma convicção de que a novela não influirá partidariamente na eleição. "Pode ser que ajude a despertar ainda mais a cidadania das pessoas, para, por exemplo, votar com consciência. O barato da novela é dizer que o Brasil pode dar certo", diz a atriz Renata Sorrah. Natália, personagem de Renata, integra a ala bom caráter da novela. Ainda indecisa quanto ao seu voto para presidente, ela diz que Lula, no momento, é "a opção mais atraente". Eva Wilma optou por não declarar seu voto e acha que a novela tem o mérito de mostrar "o cinismo das elites brasileiras e a inconsciência política dos menos favorecidos". "O que pode beneficiar algum candidato são os noticiários, e vimos isso na eleição do Collor. Essa é só uma novela", diz. Na pele do jornalista Heitor, que ajuda a protagonista Alice (Cláudia Abreu) a enfrentar o empresário Raul (Tarcísio Meira), está Rodolfo Botino. Botino acha que "o povo não está comprando, o pãozinho baixou de preço, fomos bem no futebol e as pessoas têm encarado tudo isso como vitórias". E afirma: "Acho que a novela pode colaborar com esse clima". Texto Anterior: Estudante e empresário são o bem e o mal Próximo Texto: Cai número de novatos Índice |
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