São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 1994
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Frente Patriótica anuncia fim da guerra em Ruanda e indica governo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Frente Patriótica Ruandesa (FPR) anunciou ontem que terminou a guerra em Ruanda. Um cessar-fogo unilateral está em vigor, segundo a organização.
O chefe do Estado-Maior da FPR, Paul Kagamé, disse que seu grupo se apoderou "de toda Ruanda, inclusive a zona de segurança instalada pela França".
"Temos o direito soberano de ocupar cada parte de Ruanda", disse. "Isso não significa forçosamente uma ocupação militar".
A França controla uma área no sudoeste do país e disse que não aceitará a entrada de forças armadas da FPR. Kagamé disse querer evitar confronto mas exige a prisão dos membros do governo de maioria hutu derrubado e militares que se refugiaram na área.
A FPR acusa-os pelo massacre de cerca de 500 mil pessoas, na maioria da etnia tutsi, desde 6 de abril quando foi assassinado o presidente Juvenal Habyarimana.
A FPR, dominada pelos tutsis, nomeou dois hutus para presidente e primeiro-ministro do país. Os hutus são cerca de 85% da população de Ruanda. Pasteur Bizimungu, 40, será o presidente. Ele é um dos fundadores da FPR e era representante dela em Bruxelas.
O premiê será Faustin Twagiramungu, hutu integrante de um dos partidos de oposição a Juvenal Habyarimana, cujo assassinato em 6 de abril desencadeou a guerra. Kagamé será o vice-presidente e ministro de Defesa.
Todos os partidos de oposição a Habyarimana terão lugar no novo gabinete. A FPR ficará com 10 dos 22 ministérios. Um Parlamento será nomeado pelos partidos com cargo no governo.

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