São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 1994
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NÃO SE DEIXE ENGANAR

O candidato do PMDB, Orestes Quércia, disse anteontem no programa "Roda Viva", da TV Cultura, que não houve irregularidade na compra de equipamentos de Israel para a polícia e universidades paulistas em seu governo (87 a 91).
"Mesmo que houvesse, o governador não é o responsável, porque não é ele que autoriza a compra. A coisa foi absolutamente transparente".

No governo de Quércia, foram assinados sem licitação contratos de US$ 310 milhões para a compra de equipamentos de Israel. Em junho de 1991, a Folha revelou que a compra foi feita contrariando parecer do consultor jurídico da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Laudos periciais da Polícia Federal, em 1992 e 1993, apontaram sobrepreço de 343% na operação.
As perícias também mostraram que havia similar nacional dos equipamentos – ou seja, não se justificava a dispensa de licitação.
Quércia participou diretamente do processo. Assinou em 1988 um Protocolo de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica com o cônsul de Israel Tzvi Chazan –seu amigo e padrinho de casamento– e assinou despachos autorizando ampliação de gastos das secretarias, com base nesse protocolo, para importar os equipamentos israelenses.
Em maio, o subprocurador da República Paulo Sollberger denunciou por estelionato Quércia, dois ex-secretários de seu governo e cinco diretores das empresa Trace e Sealbrent, que intermediaram a compra, junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). O STJ ainda não decidiu se aceita a denúncia.
Há outros dois inquéritos sobre o caso, na Justiça Federal e no Ministério Público Estadual.

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