São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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BC decreta liquidação da Garavelo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIAE DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central liquidou ontem o primeiro banco após a implantação do Plano Real: o Banco Garavelo, quebrado juntamente com a administradora de consórcio do mesmo grupo, uma das maiores do país.
Sofreram liquidação extrajudicial o Banco Garavelo S/A, a Gave - Corretora de Câmbio, Títulos e Valores mobiliários, Garavelo –Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S/A e Garavelo & Cia.
O ato aponta também "infringência às normas referentes à conta reserva bancária mantida no Banco Central".
O ato nº 46 apresenta as razões da liquidação do consórcio Garavelo, entre elas a "pendência na entrega de bens dos consorciados decorrentes de incapacidade financeira de responsabilidade da administradora".
O BC também aponta a "estimativa de déficit financeiro no encerramento de grupos, falta de devolução aos consorciados dos saldos remanescentes do fundo de reserva e manutenção de elevados saldos em conta corrente vinculada, sem aplicação".
Na sede do grupo Garavelo em São Paulo, a informação ontem, no final da tarde, era de que o presidente da empresa, Luiz Antonio Garavelo, estava viajando e que nenhum outro funcionário estava autorizado a falar sobre o assunto.
Consórcio
O consórcio Garavelo operava nas principais capitais do país e reunia cerca de 14,6 mil consorciados em grupos para a aquisição de automóveis, motos, tratores, caminhões e eletrodomésticos.
Quando um consórcio é liquidado, ficam suspensas todas as premiações por tempo indeterminado. Os consorciados precisam se inscrever como credores da empresa falida para receber o que têm direito.
Os consorciados não têm prioridade no recebimento de recursos. A lei determina que os primeiros a receber são a União, órgãos de arrecadação federais ou estaduais e funcionários da empresa.
Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Édson Sabino, o rombo do consórcio chega a R$ 15 milhões. A administradora tinha uma pendência de entrega de cerca de 1.500 bens a consorciados.
O liquidante do Garavelo, José Roberto Skupien, funcionário aposentado do Banco Central, disse que tem prazo de 60 para fazer o levantamento da situação das empresas.

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