São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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Paulistano vai à Justiça contra 'sujeira' eleitoral

Eleitores reclamam de cartazes que sujam muros e postes

DA REPORTAGEM LOCAL

Os eleitores paulistanos acabam de descobrir duas armas para combater os candidatos que sujam a cidade com propagandas proibidas pela legislação.
Até anteontem, a Justiça havia recebido 35 representações de eleitores revoltados contra pichações e colagens de candidatos.
Um desses eleitores, o comerciante Salvador Mangini Filho, foi à Justiça duas vezes. Há duas semanas, o muro de seu restaurante, em Cidade Vargas (zona sul), amanheceu pichado com a frase "Quércia vem aí".
Mangini Filho reclamou e o candidato teve que pintar o muro. O eleitor não gostou da nova pintura e voltou a acionar a Justiça.
O "terrorismo" é a arma que um grupo da zona sul promete usar contra os "porcolinos".
O grupo, autodenominado "Os Morféticos", distorce as pichações, alterando o conteúdo das mensagens.
Na avenida Radial Leste, a mensagem "Quércia Vem Aí" virou "Cuidado: Quércia Vem Aí". Fernando Silveira, o candidato campeão de reclamações na Justiça, é "Fernando Sujeira" em um muro do Brás.
Nos pilares do elevado Costa e Silva (Minhocão), já existem camadas com mais de 20 cartazes sobrepostos. Essa sujeira eleitoral cria mensagens jamais imaginadas pelos candidatos.
A foto de Alda Marco Antonio, candidata a deputada federal pelo PMDB, está rodeada por cartazes de uma "nova Biroska". Na verdade, a "nova Biroska" é uma boate que não tem nada a ver com a candidata.
A mesma confusão pode ser feita com dois candidatos ao governo do Estado: Barros Munhoz (PMDB) e Francisco Rossi (PDT).
Na praça Marechal Deodoro, imagens de Munhoz estão acima da palavra "sexy", nome de uma revista. Fotos de Rossi, na rua Amaral Gurgel, estão juntas a frases como "Troféu Ronald Biggs".

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sobre a cidade suja à pág. 3

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