São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Cai em Júpiter último dos grandes fragmentos

EUA agora vão investigar cometas 'perto' da Terra

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O último grande fragmento do cometa Shoemaker-Levy 9, o W, se chocou ontem contra o planeta Júpiter, encerrando uma série de colisões que fascinou os astrônomos do planeta.
A série de impactos –principalmente uma "salva" de fragmentos na quarta e quinta-feira passadas– deixou marcas no planeta.
Resta agora aos pesquisadores interpretar a grande quantidade de imagens feitas por telescópios em Terra, pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) e mesmo por sondas espaciais, como a Ulysses ou a Galileo, que nos próximos meses deverá enviar suas imagens aos cientistas.
Há perguntas importantes ainda sem respostas. Quais serão as consequências do impacto para Júpiter? Qual foi a energia total do bombardeio, estimada por alguns em centenas e por outras em milhares de megatoneladas de explosivos? O que aconteceria com a Terra em um caso semelhante?
O receio de que algo assim possa acontecer com a Terra está por trás de uma decisão da Comissão de Ciências, do Espaço e de Tecnologia da Câmara de Representantes dos EUA.
Ela decidiu conceder US$ 50 milhões para permitir à Nasa catalogar, durante a próxima década, cerca de 2.000 corpos celestes de diâmetro superior a um quilômetro que gravitam "perto" da Terra.
A colisão do fragmento W se produziu por volta de 5h12, perto de uma cratera gigante criada em Júpiter pelo enorme fragmento K, indicaram os astrônomos do Observatório Anglo-australiano perto de Sydney, na Austrália.
"Foi um grande, grande final", disse o astrônomo David Crisp.
"Por causa de nossas previsões como cientistas, desejávamos que se convertesse em realidade e as coisas se produziram tal como esperávamos", afirmou Crisp.

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