São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Encapuzados dispararam tiros

DA REDAÇÃO

Chacina da Candelária é como ficou conhecido o assassinato de oito meninos de rua ocorrido na madrugada do dia 23 de julho do ano passado, no centro do Rio.
Cerca de 50 meninos dormiam sob a marquise de um prédio na praça Pio 10, a 50 metros da igreja da Candelária, quando à 0h30 foram vítimas de disparos de quatro ou cinco homens encapuzados.
Mais de 40 sobreviventes disseram que eram ameaçados de morte por policiais militares.
Segundo os meninos interrogados na 1ª DP (Delegacia de Polícia), PMs do 5º Batalhão tinham os ameaçado de morte porque no dia anterior um dos menores apedrejara um Opala da corporação.
No mesmo dia da chacina, à noite, a Polícia Civil identificou três soldados da PM como suspeitos do assassinato. Eles haviam sido apontados pelos menores em fichas com retratos de policiais.
O episódio teve repercussão internacional. No Brasil, entidades de defesa da criança, parlamentares, artistas e organizações protestaram contra o massacre.
Um ano e sete meses antes, relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Menor havia divulgado uma relação de 77 pessoas envolvidas em extermínio de crianças e adolescentes no Estado do Rio. Doze dos nomes eram de policiais militares.

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