São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Reservas cambiais do BC atingem US$ 41 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As reservas cambiais do Banco Central –o caixa em moeda forte do governo– atingiram US$ 41,408 bilhões ao final do mês de maio, um recorde histórico. Deste total, US$ 38,27 bilhões estão disponíveis de imediato.
O volume das reservas é suficiente para suprir 20 meses de importações brasileiras, pela média registrada neste ano. A lei obriga que as reservas tenham patamar mínimo de quatro meses de importação.
Este excesso de reservas vem sendo acumulado pelo governo desde o final de 1991, principalmente através da elevação dos juros, que atraem investidores externos e estimulam a antecipação de exportações.
A acumulação de reservas servirá para controlar o valor do dólar no Plano Real. Se o dólar ameaçar subir e superar o valor do real, o BC vende parte das reservas e faz baixar as cotações.
As reservas também são utilizadas para as importações e pagamentos de dívida externa. Elas não podem ser empregadas em despesas administrativas ou investimentos do governo.
Junto com o valor das reservas, o BC divulgou ontem os resultados da política monetária (de controle da quantidade de moeda na economia) em junho –os últimos do período do cruzeiro real.
Segundo o BC, o volume de dinheiro emitido em junho teve uma média diária de R$ 3,538 bilhões, na forma de cruzeiros reais. O governo não pode ultrapassar o volume de R$ 7,5 bilhões até setembro.
Essa quantidade é medida por um critério chamado base monetária: é a soma do total de dinheiro em poder da população e nas reservas bancárias, que são as contas correntes dos bancos junto ao BC.
Segundo a MP do real, a base monetária média (a soma dos valores diários dividida por 30) não pode passar de R$ 7,5 bilhões até setembro, R$ 8 bilhões até dezembro e R$ 9 bilhões até março de 1995.
O BC também divulgou que a dívida em títulos do governo registrou R$ 59,19 bilhões no final de junho, o maior valor desde o fim do governo Sarney.

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